Empresa fará a remoção de óleo do Vale Beijing
A operação de retirada de 2,5 mil toneladas de óleo diesel e óleo bruto do navio graneleiro Vale Beijing, fundeado na Baía de São Marcos, deve ser realizada na próxima semana. Segundo técnicos do Ibama, a expectativa é de que essa operação seja iniciada na segunda ou terça-feira.
Ontem, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) supervisionou uma simulação de emergência no navio, realizada pela empresa holandesa Smit. O navio também já foi removido da área de fundeio número seis para a área número três, onde as correntes marítimas são menos agressivas à embarcação.
A simulação é o último passo para a autorização do processo de retirada de óleo do navio. Na simulação realizada ontem, foram realizados testes com uma barreira móvel (Current Buster). A barreira evita o alastramento de eventuais vazamentos de derivados de petróleo.
Os testes foram considerados bem-sucedidos pelo Ibama.
Esse teste foi realizado em uma área a cerca de três quilômetros da costa. Segundo o superintendente do Ibama no Maranhão, Pedro Leão, a área onde os testes foram realizados, onde o mar é mais agitado, possibilita uma espécie de margem de segurança para a utilização dos equipamentos de emergência. "Na região onde eles podem ser usados, o mar não é tão forte. Então, realizar esses testes em um local onde o mar é mais agitado nos dá uma margem de segurança", disse Leão. "São testes prévios. Apenas para saber se todos os equipamentos de emergência estão funcionando", complementou.
Após a realização desses testes, técnicos do Ibama enviarão um relatório ao presidente do órgão, Curt Trennepohl, que será o responsável por dar a autorização à empresa sul-coreana STX Pan Ocean para que seja iniciada a retirada do combustível da embarcação.
O teste foi considerado bem-sucedido, entretanto, ainda faltam alguns equipamentos para que o Ibama dê a autorização de retirada do óleo do navio. Entre eles, a necessidade de chegada de outro Current Buster. O equipamento deve chegar ao Maranhão no final de semana. "A operação de retirada do óleo já deveria ter sido feita. Mas, como parte dos equipamentos demorou a chegar, isso ainda não aconteceu", esclareceu o analista ambiental do Ibama, Antônio Campos.
Somente na operação ambiental de prevenção de danos, o Ibama espera contar com pelo menos 10 embarcações. Duas Current Buster (cada barreira tem três embarcações, totalizando seis barcos); mais dois botes, uma catamarã e um barco de madeira de apoio.
A operação de retirada do óleo é complexa e será feita em etapas.
Após a estabilização do navio com o nivelamento das águas de lastro, uma balsa será ancorada para o acionamento de equipamentos do graneleiro. Depois, o óleo será retirado aos poucos com bombas de sucção para uma balsa. Também está sendo planejada a remoção de parte da carga do navio. A ideia da empresa sul-coreana STX Pan Ocean é diminuir o peso do graneleiro e fazer o reparo ainda na Baía de São Marcos.
O navio de 400 mil toneladas de capacidade faz parte de um pacote de encomendas da Vale para fretamento. O contrato para este tipo de operação, deste e de outros navios entre as companhias Vale e STX, fechado em 2009, é da ordem de US$ 6 bilhões, segundo a empresa asiática.
Há 15 dias, a Associação de Armadores da China se mostrou contrária ao projeto dos navios da Vale por causa da segurança.
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A remoção do navio da área de fundeio número seis para a de número três, também é considerada positiva pelos técnicos, que utilizarão um escâner marinho nas operações. O equipamento vai visualizar as avarias no casco do navio. A área de fundeio em que ele está, possui águas mais claras. (Fonte: O Estado do Maranhão)