Energia barata gera desenvolvimento

26-06-2012 08:21

Riod Ayoub Jorge

Odontólogo, ex-comandante da PMMA, ex-deputado estadual e ex-prefeito de Santa Luzia do Pará.

Lutar para baixar os juros, idéia patriótica da presidenta Dilma Rousseff é também lúcida e iluminada e deve ser incorporada e defendida por todos os setores da sociedade.

Mas, é bom que não nos esqueçamos que existem outros fatores relevantes capazes de em médio prazo impulsionar a economia nacional, a partir da produção em larga escala de energia elétrica, que será fundamental para fortalecer as empresas e desenvolver todas as regiões do país.

Estimular a construção e o funcionamento de novas hidrelétricas como Belo Monte e Santo Antonio, e tantas quantas forem possíveis, aproveitando as potencialidades hídricas de que dispomos, representará, sem dúvida, um vigoroso passo, no sentido do futuro.

Atualmente, um dos maiores desafios das médias e pequenas empresas têm sido o pagamento dos encargos e o custo dos insumos, tendo em destaque o preço caríssimo da energia elétrica, cujo peso está inviabilizando milhares de empreendimentos que todos os anos atingem o estágio falimentar.

É incompreensível, que em nosso país sejam punidos os que trabalham, e que os governantes se mostrem indiferentes quanta a essa absurda situação.

A política de oferecer energia de graça para determinadas parcelas da sociedade, é emoldurada por um aparente gesto de ternura, mas quem paga o preço são os empresários e outros segmentos da sociedade. Estes sim, sacrificados com as elevadas contas enviadas pelas exploradoras do ramo.

Viabilizadas as hidrelétricas, teremos energia em abundância e barata. Em conseqüência, as empresas se fortalecerão, porque terão chance de gerar e sustentar mais empregos, ao tempo em que, vão tornar-se capazes de competir interna e externamente com empreendimentos nacionais e estrangeiros.

Presentemente, a capacidade das empresas brasileiras para competir, por exemplo, com países emergentes e outros já consolidados, está fragilizada, porque eles tem um menor custo de produção, recebem estímulos excepcionais e facilidades, aqui mesmo, para a comercialização. Isto significa que podem colocar no mercado brasileiro, produtos com preços mais convidativos, enquanto os nossos patrícios ficam vendo a banda passar.

Diante desse quadro desanimador, baixar juros torna-se uma luta até secundária, pois só passa a ter sentido quando a carga de impostos for reduzida e simultaneamente for combatido o desemprego de maneira objetiva. Isto só seria possível, à medida em que o Governo partisse para uma política de fortalecimento das empresas, dando-lhes a oportunidade de gerar empregos de longa durabilidade. Só assim a economia interna poderia aquecer, com efeito multiplicador.

É certo que essa problemática vem de longe, sendo herdada pelo atual Governo. Mas isto não justifica que deve se perenizar, exigindo de todos nós uma tomada de posição, altiva e definitiva para mudar esse caótico quadro.

Se fizermos uma projeção, honesta e desapaixonada, quanto a possibilidade de em médio prazo, melhorarmos o nosso desempenho econômico, com o estabelecimento de uma justa carga tributária, logo se descortinarão novos horizontes. Com a continuidade dessa tributação absurda, hoje predominante, o Governo reduz a capacidade de produção, inibe os investimentos, encarece os insumos e diminui a capacidade competitiva das empresas.

Volto a bater na tecla de que é incompreensível e inaceitável, a posição dos que se colocam contra as hidrelétricas, preferindo a opção pelo desmatamento para a obtenção do carvão e de uma energia poluente e cara.

É preciso, pois, que um amplo movimento de conscientização, seja deflagrado em todo território nacional, mostrando com clareza e sem subterfúgios o que é melhor para nós, e, quais as alternativas objetivas e válidas que temos, para acelerar o desenvolvimento econômico e social, aliado à defesa de valores fundamentais como a do solo, das águas e do ar, de forma a que possamos crescer sem violentar a Natureza, estabelecendo condições plenas de saúde e bem estar ao nosso povo, assim como a flagrante melhoria da renda familiar, com a geração de empregos duradouros. Só assim, poderemos festejar um novo tempo, de sadia convivência das populações concentradas nas grandes e médias cidades, e propiciando que a zona rural, alçando a estágios de progressão consideráveis, venha a receber de volta expressiva parcela dos que migraram por falta de oportunidade de trabalho.

Mas por fim, é bom lembrar que sem energia abundante e barata, para quem produz, nada feito.

(Fonte: O Estado do Maranhão)

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