Ferro-gusa em pauta

23-02-2011 09:58

São Luís tornou-se palco de uma reunião promovida pela International Iron Metallics Association (IMMA), entidade que congrega segmentos do setor siderúrgico de todo o mundo. A reunião no Maranhão tem como pauta a avaliação do mercado internacional do ferro-gusa e a posição do Brasil como país exportador. Executivos das mais diferentes economias e culturas tentam também encontrar um caminho para tornar a produção de ferro-gusa menos danosa ao meio ambiente, discutindo a concepção do que chamam de “gusa verde”.

Chama atenção o fato dessa reunião acontecer em São Luís. São várias as explicações, mas a mais importante delas é a de que a capital do Maranhão está no epicentro de uma das regiões mais promissoras do mundo para o setor siderúrgico. Além de já contar com uma unidade de produção de pelotas, pertencente à Vale do Rio Doce, São Luís é o berço de saída do minério de ferro de Carajás, área potencial, como todas as regiões ao longo da Ferrovia da Vale, para abrigar investimentos no setor siderúrgico.

Hoje, o Maranhão já abriga em seu território nada menos que sete usinas de produção de ferro-gusa, situadas ao longo da ferrovia, entre São Luís e Açailândia: Cosima, Pindaré, Cimasa, Usa Nordeste, Viena, Marfesa e Fergomar. De acordo com dados levantados pelo sindicato que as congrega, juntas produzem 1,8 milhão de toneladas a cada ano. Essa produção é exportada para o exterior, principalmente para a Europa e para a China.

O funcionamento das sete unidades de produção de ferro-gusa tornou o Maranhão o segundo maior produtor do país, perdendo apenas para Minas Gerais, dono da maior produção. Mas há indicações de que nos próximos anos a produção de gusa em território maranhense dará passos largos para “ameaçar” a produção mineira. Em meio às palestras de ontem, veio à tona a informação segundo a qual as sete empresas maranhenses deverão aumentar a sua produção para 2 milhões de toneladas já em 2011.

A reunião da IMMA em São Luís só reforça a indicação de que o Maranhão está, de fato e definitivamente, incorporado ao mercado mundial da siderurgia, contabilizando também a vantagem de ser palco das discussões iniciais para que se venha a produzir o chamado “gusa verde”, em cuja produção o carvão mineral seja substituído por um produto renovável, como o eucalipto.

 

(Fonte: O ESTADO DO MARANHÃO, Ed. 17.725, Opinião – pág. 04)

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