Fiscais da Alfândega fazem greve no setor portuário de São Luís
Auditores da Receita Federal estão mobilizados em todo o país, reivindicando reajuste salarial.
Os auditores fiscais da Receita Federal iniciaram ontem greve em todo o país. O movimento pode afetar a liberação de cargas nos portos e aeroportos, pois os auditores prometem não despachar documentos de importação e de exportação. De acordo com dirigentes da delegacia sindical no Maranhão do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco Nacional), não houve manifestação pública dos servidores, mas nenhum despacho de carga foi liberado na Alfândega do Porto do Itaqui.
O titular da Alfândega, Alexandre Magno Ferreira e Souza, informou que a greve dos auditores fiscais não alterou os trabalhos no órgão ontem, pois as agências marítimas e operadores portuários anteciparam a liberação de documentos dos navios que estão atracados no sistema portuário. Ferreira e Souza, contudo, alertou para um possível atraso nas operações portuárias nos próximos dias, caso a greve continue.
De acordo com o responsável pela Alfândega, a greve é restrita aos auditores fiscais. Portanto, o pessoal administrativo vai trabalhar normalmente, além da chefia dos auditores, o que pode garantir o eventual despacho de operações portuárias, embora seja esperado algum atraso no trâmite.
A diretoria do Sindifisco no Maranhão realizou uma reunião avaliativa ontem à tarde e não divulgou se vai realizar algum ato público. No mês passado, os auditores fiscais realizaram duas paralisações de advertência, e em uma delas bloquearam por uma hora a entrada de caminhões no Porto do Itaqui. Na semana passada, os fiscais cruzaram os braços por dois dias.
Na semana passada, o presidente do Sindicato das Agências de Navegação do Maranhão (Syngamar), Jorge Afonso Guagliani Pereira, informou que, caso o movimento de greve dos auditores fiscais prejudique as operações portuárias, acarretando prejuízo aos negócios, uma alternativa seria recorrer à Justiça.
Nacional - De acordo com informes do Sindifisco Nacional, em todo o país os auditores fiscais estão realizando operação padrão na zona primária (carga e descarga nos portos) e de crédito zero na zona secundária (despachos de documentos fiscais), conforme ficou decidido em assembleia nacional do sindicato, no fim do mês passado.
Segundo o Sindifisco, as negociações com o Governo Federal tiveram início no ano passado. Os auditores fiscais afirmam estar há quatro anos sem reajuste salarial. O movimento paredista se integra à greve dos docentes de 50 instituições federais de ensino superior e também envolve entidades representativas de diversas categorias de servidores públicos federais, como o Sindicato Nacional dos Analistas e Técnicos de Finanças e Controle (Unacon Sindical), a Associação dos Auditores Fiscais do Trabalho (Aitema) e Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF).
De acordo com o Sindifisco Nacional e a Confederação Nacional dos Servidores Federais (Condsef), a expectativa é de que 80% dos servidores federais do país entrem em greve.
Portos - De acordo com sites de monitoramento da navios, ontem, na Baía de São Marcos, havia 34 embarcações fundeadas e mais 14 navios (mercantes e de apoio às operações marítimas e portuárias) atracados no sistema portuário de São Luís, entre eles o Saga Creste, no berço 102 do Porto do Itaqui, em operação de descarga de 23,2 mil toneladas (t) de cimento, com previsão de partida para amanhã (20).
No berço 103, ontem, estava atracado o Maple Hill, em operação de descarga de 38,5 mil/t de fertilizante, programado para zarpar quinta-feira. No berço 104, o Seychelles Patriot estava carregando 21 mil/t de derivados de petróleo. No berço 105, o navio Star Life carregava 21 mil/t de cobre. No berço 106, o Oklahoma descarregava 66 mil/t de derivados de petróleo.
No terminal da Alumar, com dois atracadouros, até o fim da tarde de ontem apenas o navio Juruti estava em operação, de acordo com os sites de monitoramento. Em Ponta da Madeira (Vale), havia três cargueiros em operação ontem: o Iron Baron no Píer 3/Norte, carregando 169,9 mil/t de minério; o Gemma no Píer I, embarcando 309,9 mil/t de carga; e o Dong-A Leto, no Píer III/Sul, carregando 168,9 mil/t de produtos (não especificado no site da empresa).
Navios fundeados
Anangel Dawn
Aurora Bulker
Balgarka
Bao Min
Bbc Amazon
Cape Venture
Castillo de Arevalo
Castillo de Vigo
Centurion
Commodore
CSB Brilliant
Elka Delos
Genco Provence
Handan Steel
Ionian Prosperity
Lugano
Nena A
New Ansteel
Nova Era
Nsu Inspire
Ocean Harmony
Ocean Spirit
Orient Adventure
Orient Defender
Renate N
Santa Isabella
Santa Katarina
Scandinavian Express
Sea Bird
Tong Hao
United Miravalles
VTC Glory
Wigeon
Yu Zhong Hai
(Fonte: O Estado do Maranhão)