GE amplia negócios na AL e pretende investir US$ 550 milhões no Brasil

28-04-2011 16:06

 

A América Latina vai aumentar sua importância relativa nos negócios globais da GE, multinacional presente em mais de cem países, que atua nas áreas de infraestrutura, tecnologia, serviços e finanças. Em 2010, a GE faturou mais de US$ 8 bilhões na região, cerca de 5% do faturamento global do grupo no ano passado, de US$ 150 bilhões. "Essa participação deve aumentar porque os negócios do grupo na região vão crescer acima de dois dígitos [ao ano] nos próximos anos, mais rapidamente do que a média mundial", disse o presidente da GE para a América Latina, Reinaldo Garcia.

Natural de Ribeirão Preto (SP), Garcia está de volta ao Brasil depois de 30 anos fora do país, período em que atuou em várias empresas da GE nos Estados Unidos, em países da Europa e da Ásia. "Percebo o Brasil totalmente diferente, muitas coisas boas aconteceram nos últimos anos, embora ainda existam desafios." O mercado brasileiro representa 40% da receita da GE na América Latina, região que tem pela frente, nos próximos dez anos, perspectivas de crescimento econômico maiores do que a média mundial, comparou.

Nesse ambiente favorável, impulsionado pela Copa do Mundo de futebol de 2014 e pela Olimpíada de 2016, existem muitas oportunidades para capitais no Brasil, analisou. Garcia disse que há grandes projetos de urbanização ligados a esses dois eventos que se traduzem em oportunidades para setores nos quais a GE atua. "Tentamos conectar as demandas e as soluções e para isso criamos um time no Rio que foca em várias áreas, como saúde, energia e urbanização. Tudo isso está ligado à melhoria da infraestrutura da cidade [do Rio] para a Copa e a Olimpíada."

"A expectativa para 2011 e considerando um ciclo de cinco anos à frente é que os negócios da GE na América Latina tenham crescimento robusto, de dois dígitos [ao ano]", previu Garcia. Essa expansão será sustentada por atividades nas áreas de petróleo e gás, em especial em países como Brasil, México, Colômbia e Venezuela; energia, saúde e transporte, entre outras. No total, a GE vai investir US$ 550 milhões em três anos para expandir as operações no Brasil e acelerar parcerias com empresas brasileiras de ponta, como a Petrobras, com a qual a GE assinou, em 2010, memorando de entendimento para cooperação tecnológica na área de petróleo e gás.

Do investimento total previsto pela GE para o Brasil e que foi anunciado em novembro do ano passado, US$ 200 milhões serão aplicados no aumento de capacidade de fábricas e no desenvolvimento de produtos para os negócios de energia e óleo e gás. Outros US$ 200 milhões serão destinados à expansão da capacidade e novas linhas de produção nas unidades de saúde e transporte da GE em Contagem (MG) e nas instalações que atendem o setor de aviação, em Petrópolis (RJ). Parte dos recursos vai para a área de iluminação. Nesse segmento, a GE tem planos de construir fábrica para produzir sistemas inteligentes de iluminação. Há ainda US$ 100 milhões a serem investidos no Centro de Pesquisas Global da GE no Brasil, na Ilha do Fundão, no Rio.

Esse é o quinto centro de pesquisa da GE no mundo. Os outros centros estão nos Estados Unidos, China, Índia e Alemanha. No Rio, a GE também prevê instalar um centro de qualificação para treinamento e desenvolvimento de capital humano. Em três anos, a GE prevê criar mil postos de trabalho no mercado brasileiro. Além disso, a empresa tem hoje uma demanda por 800 vagas na América Latina.

Em 2010, a empresa investiu US$ 15 bilhões em pesquisa e desenvolvimento (P&D) ligados à inovação e tecnologia. O valor representa 10% da receita do grupo em 2010. Mesmo na crise econômica de 2008, a GE não diminuiu os investimentos em P&D.

Ontem a GE apresentou, no Rio, os resultados do Barômetro da Inovação, estudo realizado globalmente com mil executivos em 12 países. A pesquisa analisa percepções de executivos envolvidos com o processo de inovação. Pela primeira vez, o Barômetro incluiu o Brasil e os resultados mostram que os brasileiros apresentam otimismo recorde em relação ao futuro da inovação, mas níveis relativamente baixos de satisfação relacionados ao contexto atual. Garcia considera que o futuro da região depende muito de inovação. "Inovação é uma locomotiva de desenvolvimento e progresso", disse.

Ele participa hoje de painel do Fórum Econômico Mundial para a América Latina, no Rio, que discutirá o papel da inclusão no desenvolvimento econômico. "Trabalhei em vários lugares do mundo nas últimas três décadas e creio que há uma conexão entre saúde, educação e inclusão", disse. Na sua visão, investimentos em saúde e educação levam a população a participar de forma mais ativa na economia. Esses investimentos têm grande impacto econômico, mas o retorno não é imediato, disse Garcia. (Fonte: Valor Online)

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