Governo deve anunciar na próxima semana medidas para aquecer a economia
Uma das medidas é a que trata da desoneração da folha de pagamento; ontem, deputados e empresários se reuniram com Guido Mantega para acertar detalhes
Brasília - O governo deve anunciar na terça-feira medidas para aquecer a economia e ajudar a indústria diante da crise econômica internacional. A informação foi passada por parlamentares que participaram ontem de um encontro de líderes da base aliada do governo na Câmara dos Deputados com o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
O ministro também se reuniu ontem com empresário de diversos setores (têxtil, moveleiro, de autopeças, aeroespacial) para discutir medidas de desoneração. Para conceder os benefícios, o governo quer, em contrapartida, que os empregos no setor sejam mantidos.
Uma das medidas aguardadas é a que trata da desoneração da folha de pagamento.
Na semana passada, em reunião com a presidente Dilma Rousseff e ministros, no Palácio do Planalto, cerca de 30 empresários receberam a garantia do governo de que continuará agindo no sentido de reduzir os juros e proteger o real ante a desvalorização do dólar. Na ocasião, Mantega também garantiu aos empresários que serão adotadas medidas para reduzir o custo financeiro e ampliar a desoneração da folha de pagamento.
Desoneração - No caso da desoneração da folha, o acordo é de que a alíquota do INSS seja reduzida de 20% para zero, e o empresariado opte pelo recolhimento de algo como 1% no faturamento. Até agora, alguns setores aceitavam 1,5%.
O empresário Humberto Barbato, presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), defendeu as medidas que, segundo ele, são fundamentais para que a produção nacional possa ganhar competitividade ante os produtos importados, que cada vez mais chegam ao país com preços inferiores aos do mercado interno.
O baixo preço é causado pelo dólar, que, mais barato do que o real, entra no país atraído pelas altas taxas de juros e também por causa de mecanismos que provocam uma desvalorização artificial das moedas estrangeiras.
O representante da Abinee disse que Mantega não pediu a garantia da manutenção dos empregos em contrapartida aos benefícios à indústria.
“Não houve nenhuma exigência de contrapartida, até porque estamos tão sufocados que essas medidas chegariam em um momento em que a indústria está na UTI. Tudo praticamente está sendo importado. Não há como a gente dar alguma coisa em troca agora”, disse Barbato.
Setores - Pela proposta anunciada pelo representante da Abinee, a desoneração da folha de pagamento não seria para todo o setor elétrico, mas para quem fabrica 35 produtos utilizados nas áreas de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica.
Segundo Humberto Barbato, outras medidas estão sendo estudadas, como a desoneração das exportações e a sobretaxa para produtos importados.
Participaram ainda do encontro com o ministro da Fazenda, Rogério Mani, diretor da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast) e José Martins, presidente Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus (Fabus). (Fonte: O Estado do Maranhão)