Governos estaduais disputam atração de novo complexo

14-04-2011 15:47

 

O mercado reagiu com reticência ao anúncio da Foxconn, que prometeu investimentos de R$ 12 bilhões no país e a contratação de 100 mil funcionários. O diretor de uma grande multinacional eletrônica chegou a classificar o anúncio de "farsa". "Todo mundo tem direito aos seus dez minutos de fama, mas a verdade é que esses números não fazem o menor sentido", disse.

Faltam muitas explicações sobre a viabilidade da montagem da "cidade digital" no país. Segundo analistas, a fabricação de equipamentos da Apple no Brasil não justifica qualquer proximidade com os investimentos prometidos pelos chineses à presidente Dilma Rousseff.

Para efeito de comparação, basta tomar o polo industrial de Manaus. A Zona Franca, que concentra fábricas de grandes companhias de tecnologia, tem 100 mil trabalhadores. Ou seja, a Foxconn teria de criar sozinha, no prazo de seis anos, uma nova Zona Franca.

Além dos produtos da Apple, os projetos da Foxconn estariam relacionados à produção de telas de cristal líquido. É um segmento no qual dois gigantes coreanos têm feito movimentos no país: a Samsung e a LG. A primeira chegou ao país em 1986. A segunda, em 1996. Com diversas fábricas no Brasil, elas produzem vários equipamentos, incluindo as telas de LCD. Juntas, têm cerca de 16 mil funcionários e fizeram investimentos, somados, de US$ 2 bilhões desde que chegaram ao país.

Embora a fábrica da Foxconn em Jundiaí (SP) seja a mais bem cotada na bolsa de especulações para receber a prometida "cidade digital", ainda estão no páreo o governo mineiro e o Amazonas. Joga contra Manaus o fato de os equipamentos da Apple serem amparados pela Lei de Informática, que prevê isenção fiscal para os equipamentos, independentemente de onde sejam produzidos. Também pesa a distância do Sudeste, o maior mercado consumidor. "Sabemos que nossas chances são pequenas, mas estamos no páreo", disse ao Valor o secretário da Fazenda do Amazonas, Isper Abrahim. "Estamos em contato com a empresa e temos vantagens a apresentar." O governo mineiro não comentou o assunto.

Em nota, a Investe São Paulo, agência do governo paulista responsável pela atração de investimentos, informou que negocia a instalação de uma nova fábrica da Foxconn desde abril de 2010. (Fonte: VALOR ECONÔMICO, EMPRESAS)

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