Índice de sobrevivência aumenta entre as empresas maranhenses

25-12-2011 15:41

A empresária Monamara Rosa Reis Silveira pode ser chamada de vencedora e determinada. Sua pequena empresa no segmento de beleza e moda, localizada na Cohama, está próxima de ultrapassar os primeiros cinco anos mais difíceis de um negócio, conseguindo não somente sobreviver como também crescer. Ela faz parte de um exército de empreendedores brasileiros que suplantaram a mortalidade e contribuem para o fortalecimento da economia e a geração de milhares de empregos.

A taxa média de sobrevivência das empresas no primeiro ano chega a 73% no Brasil, caindo para 40% no quinto. No Maranhão, nos 12 meses iniciais de atividades de um empreendimento, a taxa de sobrevivência alcança 71%, índice que já foi bem pior, abaixo de 50%, período em que a mortalidade dos pequenos negócios era elevada no estado.

Hoje, segundo o diretor técnico do Sebrae/MA, José de Ribamar Morais, o Maranhão ocupa a 15ª posição no ranking nacional de taxa de sobrevivência de empresas, à frente de economias mais fortes no Nordeste, como Bahia e Pernambuco.

O segmento industrial registra a maior taxa de sobrevivência dos pequenos negócios no estado, passando de 71% em 2007, para 77,4% em 2009. O comércio tem o segundo melhor desempenho com taxa de 76,1%. Apesar de apresentar um índice bem inferior, a construção civil maranhense registrou avanços, saltando de uma taxa de sobrevivência de 49,8% para 53,7%.

No período 2007/2009, o setor de serviços, um dos segmentos responsáveis pelo maior número de micro e pequenas empresas abertas no Maranhão nos últimos anos, teve crescimento quase vegetativo na taxa de sobrevivência, passando de 54,5% para 55,5%.

"Apesar de o setor de serviços ser um dos que mais crescem em número de empresas, é o que menos evolui em sobrevivência. Os negócios no setor abrem e fecham com uma velocidade enorme", observou José Morais.

O presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços, e Turismo (Fecomércio), José Arteiro da Silva, disse que tem acompanhado esse ritmo de abertura e fechamento de empresas do setor de serviços. Ele atribuiu à falta de conhecimento por quem empreende nessa área ou em outras atividades como o principal fator de mortalidade do negócio.

"Boa parte das pessoas abre uma empresa sem ter conhecimento da vida empresarial, de mercado e das dificuldades inerentes à atividade. Sem esse devido preparo, o caminho é fechar as portas. Já aquele que conhece o negócio tem vida longa", assinalou José Arteiro.

Novo cenário - Setor de serviços à parte, de um modo geral, esse novo cenário de alta taxa de sobrevivência das empresas brasileiras revela um outro perfil do empreendedor: de escolaridade mais elevada e que tem no conhecimento e na informação ferramentas essenciais para o crescimento do seu negócio.

O economista José Cursino Raposo Moreira observou que, com um nível educacional bem mais elevado, o empreendedor tem maior capacidade de tocar seu negócio e de sobreviver no mercado. "Como o nível de educação no país melhorou, as pessoas que estão empreendendo hoje têm mais oportunidades de sobreviver e crescer que aquelas com baixa escolaridade", comparou.

"O salto qualitativo que as empresas têm alcançado, se tornando mais sólidas e com altas taxas de sobrevivência, está atrelado ao conhecimento do empresariado sobre a gestão do seu negócio. De nada adianta ter capital, se não tem gestão, planejamento, criatividade e inovação", pontuou o diretor técnico do Sebrae/MA.

O empresário Fernando Duailibe enquadra-se nesse novo perfil empreendedor. Antes de abrir as portas do Empório Santa Cruz (especializada em pães finos, queijos, artigos importados), na avenida dos Holandeses, no Calhau, ele planejou e pesquisou o mercado por três anos e trabalhou o desenvolvimento de sua equipe. "Fizemos todo um planejamento para começarmos sólidos, sem amadorismo", ressaltou.

Fernando Duailibe classificou o primeiro ano de atividades do Empório Santa Cruz, completado em outubro, como um aprendizado. Os pequenos percalços que ocorreram foram superados sem muitas dificuldades com planejamento e gestão, procurando-se sempre identificar e atender às necessidades dos clientes. Com o negócio sólido, o empresário já está partindo para expansão.

Mais

O Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior lançou no início do mês o Guia de Sobrevivência das MPEs. O objetivo é aumentar a taxa de sobrevivência dos micro e pequenos negócios do país. (Fonte: O Estado do Maranhão)

Contacto

Clipping

Av. Prof. Carlos Cunha, S/N, Edifício Nagib Haickel - Calhau.

(98) 3235-8621