Indústria encerrará ano com estoque acima do esperado

29-12-2011 14:18

Desaceleração de vendas do varejo no período do Natal é a principal causa, diz FGV

São Paulo - A desaceleração de vendas do varejo no Natal vai fazer a indústria virar o ano com estoque acima do esperado, embora a confiança do empresariado tenha registrado a primeira alta deste ano. De acordo com levantamento divulgado ontem pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), 10,2% das empresas brasileiras classificaram como excessivo o atual nível de estoque, o dobro do registrado em dezembro de 2010 (5,2%) e acima da média histórica (de 9,7%).

Em novembro, mesmo antes de o governo anunciar medidas de incentivo ao consumo, 8,4% das indústrias já consideravam o estoque exagerado. “Nem todos os setores foram beneficiados com a redução do IPI, como a linha branca. Por isso, as vendas não foram tão boas e o estoque aumentou”, disse Jorge Braga, coordenador técnico da FGV.

Nesse cenário, Braga minimizou a variação do índice de confiança da indústria, que subiu 1,1% em relação a novembro, para 101,8 pontos. Segundo ele, esse foi "um efeito de curto prazo, já que ainda há muitas incertezas sobre a economia no ano que vem". A FGV ouviu 1.244 empresários de 1º a 26 deste mês.

Setores - O estoque das fabricantes de material elétrico e de comunicação, que produzem celulares, televisores e eletrodomésticos, até caiu um pouco de novembro a dezembro, mas ainda é considerado alto se levado em consideração um ano atrás. Segundo o levantamento, 3,5% das fabricantes de material elétrico consideravam o estoque excessivo em dezembro de 2010. Esse percentual passou para 7% em novembro deste ano e agora caiu um pouco, para 4,6%, mas ainda é muito alto, de acordo com o economista.

Em dezembro de 2010, os fabricantes de móveis não consideravam o estoque excessivo. Já este mês 26,5% das empresas do setor disseram que estão com estoque exagerado. “A mesma coisa aconteceu com o setor de transportes, que fabrica automóveis e peças, cujo percentual chegou a 10,2%. A previsão de produção para os próximos meses até aumentou depois que o governo anunciou as novas medidas de incentivo ao consumo, mas não dá para esperar nem mesmo alta no emprego com as dúvidas sobre o cenário internacional e a retração dos investimentos”, afirmou Braga.

O economista disse que a melhora no índice de confiança de novembro a dezembro foi induzida, na maior parte, pela satisfação com o nível da demanda interna. O Índice da Situação Atual (ISA) avançou 1,9%, para 102,4 pontos.

Mais

Entre as empresas consultadas pela pesquisa, 44,8% planejam elevar a produção nos próximos três meses, contra 31,9% em novembro. Segundo a FGV, o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) atingiu 83,4% em dezembro, ficando ligeiramente acima do mês anterior e da média desde 2003 (83,3%). Com o resultado, a média do trimestre outubro-dezembro ficou em 83,4%, a menor desde o último trimestre de 2009 (83,1%). (Fonte: O Estado do Maranhão)

 

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