Iniciativa privada poderá ter participação em usinas nucleares
RIO - A geração de energia elétrica nuclear poderá passar a ter a participação de empresas privadas como minoritários, disse nesta quarta-feira o assessor da presidência da Eletronuclear, Leonam dos Santos Guimarães.
Ele afirmou que a estrutura legal atual já permitia a participação privada, contanto que a União fosse sócia majoritária. No entanto, ele lembrou que a decisão sobre a entrada ou não de um parceiro privado depende de uma discussão de natureza política.
“Não existe hoje um monopólio sobre a operação de usinas nucleares no Brasil, apenas sobre a exploração de urânio. A União tem é a competência sobre as operações, ou seja, tem que ser majoritária”, disse, em reunião promovida pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (IBEF), no Rio de Janeiro.
Guimarães acredita que, com parceiros privados, seria ampliada a capacidade de montar uma operação financeira para financiar a expansão do programa nuclear no país.
“O principal (com a entrada de parceiros privados) é a capacidade de investimento. Vários atores privados são empresas internacionais, muitas com experiência em operação de usinas nucleares e muitas poderiam agregar conhecimento tecnológico, e do ponto de vista de gestão. É uma alternativa que pode ser interessante”, disse.
Do ponto de vista estritamente legal, nada impediria já hoje uma participação minoritária nas usinas nucleares, tanto nas já existentes, como naquelas que ainda devem vir a ser construídas.
“Você pode imaginar uma sociedade de propósito específico para novas usinas, em que a União é majoritário, e que tenha a possibilidade de parceiros privados. Não existe essa discussão ainda, não são realidades ou tendências, são possibilidades”, afirmou.
O assessor lembrou ainda que, quem tem uma ação da Eletrobras acaba sendo acionista da Eletronuclear, já que praticamente todas as ações são da holding estatal, que tem seus papéis negociados em mercado. (Fonte: Valor Online)