Interior exporta mais

19-11-2011 10:40

As vendas de produtos como soja e ferro-gusa para o exterior cresceram em quase todos os 18 municípios exportadores do MA.

Até setembro deste ano, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic), o Maranhão cresceu em volume de exportações, se comparado ao mesmo período do ano passado. Foram arrecadados mais de US$ 2,3 bilhões somente nos nove primeiros meses de 2011, uma variação de 36% em relação ao ano passado.

O município de São Luís, como já era esperado, esteve no topo do ranking com US$1,4 bilhão de receita. Porém, cidades do interior superaram o crescimento da capital, até com expansão no mercado em mais de 90 pontos percentuais.

Um dos casos mais expressivos é o do município de Godofredo Viana, distante 586 quilômetros de São Luís, que até setembro deste ano, arrecadou US$ 43 milhões com exportação de 850 quilos de insumos industriais, como ouro em barra, fios, bulhões dourados, entre outros produtos.

A taxa de crescimento em relação ao mesmo período do ano passado foi de 93%, elevando a cidade à 6ª posição na lista dos 30 municípios analisados.

Caso semelhante é o da cidade de Governador Edson Lobão, localizada a 645 quilômetros da capital. O volume de exportação do município expandiu 71%, elevando sua receita, até setembro, para US$ 1,1 milhão. Foram cerca de 135 toneladas de couros secos e úmidos de bovino, incluindo búfalo, penas e flores vendidos para o exterior.

Também os municípios de Bacabeira, Anapurus e Samambaia tiveram crescimento médio de 61%. Nos nove primeiros meses de 2011, Bacabeira, cidade que receberá a Refinaria da Petrobrás, teve ganhos de US$ 42,3 milhões, comercializando 86.546 toneladas de ferro fundido bruto não ligado.

Já Anapurus exportou 70.096t de grãos de soja, arrecadando cerca de US$ 35,8 milhões, enquanto o município de Samambaia vendeu cerca de 4.171 toneladas, acumulando uma receita da ordem de US$ 19,3 milhões.

O destaque vai para a cidade de Aldeias Altas, a 395 quilômetros de São Luís, que de janeiro a setembro do ano passado não teve participação no setor de comércio exterior. Porém, este ano, ela comercializou cerca de 8.355 toneladas de bagaços e outros resíduos sólidos provenientes da extração do óleo de soja. Assim, um montante de US$ 3 milhões foram computados ao município.

Já o contrário ocorreu com Imperatriz e Igarapé do Meio, que no ano passado fecharam até setembro com US$ 30 mil e US$ 543,4 mil em exportações respectivamente. Em 2011, as cidades ainda não realizaram qualquer operação de comércio exterior, ocupando as duas últimas posições do ranking de municípios maranhenses exportadores.

Mel maranhense para Europa

A importação do mel para a Europa ficou mais complicada a partir deste segundo semestre, quando o Tribunal de Justiça Europeu (ECJ, na sigla em inglês) determinou que mel contendo traços de produtos geneticamente modificados deve ser considerado “alimento produzido a partir de transgênicos”, mesmo que a contaminação tenha sido acidental. Assim sendo, o mel contaminado por pólen transgênico (GMO) não poderá ser livremente comercializado no continente europeu.

A decisão tem forçado exportadoras de mel do país a voltar-se a outros mercados, visto que o produto de Centro-Sul, em sua maioria, é contaminado pelo GMO. Aliado à abundância das floradas, as regiões do Norte e Nordeste são os principais alvos para os investimentos dessas empresas, como a Prodapys Exportadora de Mel, sediada em Santa Catarina, que já está com documentação na Secretaria de Estado de Desenvolvimento da Indústria e Comércio (Sedinc) para implantar um entreposto no Maranhão, localizado na região do Alto Turi/Gurupi.

O diretor-geral da Prodapys, Célio Hercílio da Silva, que já comprou terreno a 10 Km de Santa Luzia do Paruá para implantar o entreposto, garante que o projeto beneficiará de forma direta cerca de 200 famílias da região e, indiretamente, 800 pessoas. A perspectiva é de produzir, logo no primeiro ano de funcionamento, uma tonelada de mel.

Etapas

O projeto é constituído por três etapas: além da compra do terreno, a construção de uma Unidade de Extração de Mel com 500 metros quadrados e a implantação do entreposto de exportação nacional e internacional. A intenção da Prodapys é dotar a matriz maranhense com a mais moderna infraestrutura, com equipamentos de alta tecnologia e inovação. “É importante destacar, também, que iremos declarar a origem do mel sendo do Maranhão, o que irá beneficiar o estado com arrecadação de impostos”, coloca o diretor da exportadora.

A informação sobre a matriz da Prodapys em Santa Luzia do Paruá foi repassada pelo presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Maranhão, Cláudio Azevedo, durante o 8º Encontro Maranhense de Apicultura e Meliponicultura realizado em Santa Luzia do Paruá, na última semana, pelas associações de apicultores do Alto Turi/Gurupi, prefeiturs municipais e Sebrae.

“É mais um investimento que o Maranhão recebe nesse momento impar para o desenvolvimento de sua economia. A vocação do estado está no campo, e a apicultura é uma atividade do agronegócio com maior distribuição de renda entre os produtores. A qualidade do mel maranhense já é reconhecida no Brasil e pesquisadores começam a divulgar o produto como orgânico. Portanto, vamos trabalhar para que possamos exportar a nossa produção para outras regiões brasileiras e para o restante do mundo”, destacou Azevedo, que também acumula o cargo de secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Pesca. (Fonte: O Imparcial)

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