Investimentos da Vale para 2012 têm queda de 10,8%
Presidente da mineradora afirma que só foram colocados na lista os projetos já aprovados pelo conselho de administração
Rio - A Vale investirá no próximo ano 10,8% a menos do que neste, segundo orçamento divulgado ontem pela companhia, dia em que a empresa comemorava o Vale Day em Nova York. Ao todo, serão US$ 21,4 bilhões, contra os US$ 24 bilhões anunciados para 2011. O presidente da Vale, Murilo Ferreira, rebateu ontem a visão de que os investimentos da mineradora estão em queda (ver matéria ao lado).
Do total previsto para o próximo ano, US$12,9 bilhões serão destinados à execução de projetos - US$ 2,4 bilhões com pesquisa e desenvolvimento e US$ 6,1 bilhões dedicados à sustentação das operações existentes.
"O orçamento de investimento está alinhado com a nossa visão de nos tornarmos a melhor companhia global de recursos naturais em geração de valor no longo prazo", disse a Vale em nota.
O Brasil receberá 63,7% dos recursos previstos, enquanto o segmento de minerais ferrosos (minério de ferro entre outros) ficará com a maior parte do bolo, ou 46,7% do total.
Ferrovia e porto - Principal demandante de investimentos em 2012 no país, a ampliação da capacidade na ferrovia e no porto do Sistema Norte, no Maranhão, precisará de aportes de US$ 890 milhões. A previsão é a de que o início das operações ocorra no primeiro semestre de 2014.
Do total destinado para a área de pesquisa e desenvolvimento - US$ 2,4 bilhões -, US$ 918 milhões serão necessários para financiar o programa global de exploração mineral, que compreende iniciativas nas Américas, África, Ásia e Australásia.
"Os dispêndios serão dedicados para seguirmos desenvolvendo nossas reservas de minério de ferro e níquel, e para explorar oportunidades em cobre, carvão, e potássio e rocha fosfática", informou a companhia.
Em nota, a Vale destacou que o licenciamento ambiental tem sido o principal risco para o desenvolvimento de seus projetos. A empresa disse estar tomando medidas para melhorar a eficiência nesses processos, como o desenvolvimento de um Guia de Melhores Práticas para Licenciamento Ambiental e o Meio Ambiente e a montagem de equipes de especialistas para aumentar a interação com as agências ambientais.
Em consequência dessas dificuldades, os orçamentos dos projetos e a data de início da operação podem ser revistos.
Houve atraso nas licenças ambientais
RIO - O presidente da Vale, Murilo Ferreira, rebateu ontem a visão de que os investimentos da mineradora estão em queda. A diferença, segundo ele, está na decisão da empresa de só colocar na lista de projetos previstos aqueles já aprovados pelo conselho de administração e que, além disso, tenham ao menos a licença prévia ambiental.
Apesar do volume de US$ 24 bilhões previsto para este ano, a Vale deverá fechar o ano com US$ 19 bilhões, o que segundo Ferreira acontece principalmente por conta de contratempos na obtenção de licenciamento ambiental.
“Ano passado havia um grande número de incertezas e essas incertezas não se transformaram em certezas”, frisou Ferreira, que participou, na Bolsa de Nova York, do Vale Day.
O executivo lembrou ainda que o patamar de investimentos feitos vem subindo, passando de US$ 9 bilhões em 2009 para US$ 13 bilhões em 2010, US$ 19 bilhões em 2011 e US$ 21,4 bilhões previstos para 2011.
O projeto no Pará inclui uma solução logística, com revitalização da ferrovia e do terminal marítimo no Maranhão ao custo de US$ 11,4 bilhões, dos quais US$ 321 milhões serão desembolsados no ano que vem. A mina deverá ficar pronta no segundo semestre de 2016 enquanto a logística estará finalizada no primeiro semestre de 2017.
Mais
Apesar do orçamento de US$ 24 bilhões aprovado para este ano, a direção da Vale informou em outubro que, por conta de atrasos nos projetos, os investimentos deveriam ficar por volta de US$ 19 bilhões. (Fonte: O Estado do Maranhão)