Investimentos de R$ 100 bilhões no Maranhão começam a sair do papel

06-11-2011 17:44

Carteira de investimentos anunciada há dois anos, para ser efetivada em um prazo de cinco, integra hoje um grande canteiro de obras em todo o estado nos setores de mineração, agronegócio, papel e celulose, petróleo e gás, entre outros.

Dois anos após terem sido anunciados em um grande evento empresarial em São Luís promovido pelo Governo do Estado, os investimentos de mais de R$ 100 bilhões para o Maranhão em um prazo de cinco anos saíram do papel. Hoje eles integram um grande canteiro de obras espalhadas em várias regiões do estado. a previsão é de que esses projetos, que envolvem diversos segmentos econômicos, criem mais de 200 mil postos diretos de trabalho.

São investimentos nas áreas de mineração, agronegócio, papel e celulose, siderurgia, alumínio e alumina, fábricas de cimento, construção civil (shoppings, empreendimentos imobiliários), petróleo e gás, além de obras estruturantes de infraestrutura portuária, rodoviária e ferroviária.

“A maioria dos projetos que foram anunciados desde aquele encontro está acontecendo, em fase de instalação, sem falar que outros investimentos que não fazem parte daquele portfólio inicial que foram atraídos”, ressaltou o secretário de Estado do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Sedinc), Mauricio Macedo.

Segundo Mauricio Macedo, com esses projetos, o Maranhão é o estado que reúne a maior carteira de investimentos no país e o que mais cresce no Nordeste. O secretário disse que toda essa perspectiva de crescimento econômico, além das condições naturais (logística e localização estratégica), tem como pilar a credibilidade do investidor no Governo do Estado, que tem criado os mecanismos necessários para atrair novos investimentos.

Nesse portfólio de projetos, um dos maiores empreendimentos em instalação é a Refinaria Premium I, em Bacabeira, orçada em R$ 40 bilhões. Somente este projeto representa 40% dos investimentos totais de R$ 100 bilhões previstos para o estado nos próximos cinco anos.

Em pleno serviço de terraplanagem, as obras da Refinaria Premium estão acontecendo dentro do cronograma estipulado pela Petrobras, com previsão de que a primeira fase entre em operação em operação em 2016, com capacidade inicial de produzir 300 mil barris/dia de derivados de petróleo. Na segunda fase, prevista para 2019, a capacidade total do empreendimento saltará para 600 mil barris/dia.

A Premium I, que será a maior refinaria do Brasil e a quinta do mundo, vai gerar durante a fase de construção 132 mil empregos diretos, indiretos e por efeito renda. O empreendimento, que já está mudando a economia de Bacabeira e municípios circunvizinhos, vai produzir óleo diesel, coque, querosene de aviação (QAV), nafta petroquímica, gás liquefeito de petróleo (GLP) e bunker.

Gás natural – o secretário Mauricio Macedo destacou como outro projeto grandioso, que colocará o Maranhão no mapa de estado produtor de gás natural, o investimento de R$ 700 milhões da OGX na Bacia do Parnaíba (terrestre). No trabalho de exploração nos primeiros dos sete blocos que possui na região, a empresa obteve sucesso e encontrou uma reserva de gás natural estimada em R$ 56 trilhões de pés cúbicos – ou duas Bolívias e meia.

A OGX está próxima de iniciar o desenvolvimento de dois poços produtores de gás natural, um em Capinzal do Norte e outro em Santo Antônio dos Lopes, com capacidade para produzirem, a partir de 2013, o volume de 5,7 milhões de metros cúbicos por dia.

Os investimentos da OGX em exploração de petróleo e gás no Maranhão também se estendem à plataforma continental, em grandes profundidades, na Bacia Pará-Maranhão, onde possui cinco blocos. A empresa, que aguarda licenciamento ambiental para iniciar suas atividades na região, investirá R$ 300 milhões nessa campanha.

A Petrobras já saiu na frente e está em plena campanha exploratória na Bacia Pará-Maranhão, perfurando um bloco. O investimento da empresa na região é de R$ 90 milhões.

Em outro ponto do mapa exploratório de petróleo e gás no estado, as empresas Engepet/Perícia e Panergy aguardam apenas licenciamento da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais (Sema) para iniciar perfuração de poços na Bacia de Barreirinhas.

O investimento total das empresas na região é de R$ 32,8 milhões. A reserva total estimada nos campos de Oeste de Canoas (Engepet/Perícia) e de Espigão (Panergy) é de 350 milhões de metros cúbicos de gás natural.

Empreendimentos da Suzano no estado deverão totalizar R$ 5 bilhões

Grupo está instalando uma fábrica de celulose no município de Imperatriz e um complexo de produção de pellets de biomassa em Chapadinha.

O secretário de Estado do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Mauricio Macedo, destacou que os investimentos se espalham por outras regiões do estado. somente o grupo Suzano está investindo R$ 5 bilhões no estado, na instalação de uma fábrica de celulose, que ao entrar em operação em 2013 terá capacidade de produzir 1,5 milhão de toneladas/ano. O empreendimento criará 10.500 empregos diretos (na instalação, floresta e fábrica) e 15 mil indiretos.

Em Chapadinha, a Suzano Energia Renovável investirá R$ 1 bilhão na construção de um complexo produtor de pellets de biomassa. A fábrica terá capacidade para produzir 2 milhões de toneladas/ano, e criará 2 mil empregos diretos e oito mil indiretos.

Na área de siderurgia, dois investimentos estão em andamento: um do grupo Ferroeste/Gusa Nordeste em Açailândia e outro do grupo Dimensão em São Luís.

O investimento de instalação de uma aciaria em Açailândia foi anunciado pelo presidente do grupo Ferroeste, Ricardo Nascimento, há dois anos, quando da realização do Painel Empresarial, que teve a participação da governadora Roseana Sarney. As obras do empreendimento estão bastante adiantadas.

O grupo Ferroeste está investindo R$ 610 milhões no projeto da aciaria e laminação de aços longos, que produzirá na primeira fase 500 mil toneladas/ano de tarugos. Na etapa de instalação, o projeto criará mil empregos diretos e outros mil serão criados quando entrar em operação.

Também acreditando nesse momento de crescimento do Maranhão, o grupo Dimensão, empresa do setor de construção, ampliou suas atividades para a área de aciaria. Está construindo no Distrito Industrial de São Luís uma indústria de aços planos orçada em R$ 160 milhões. O empreendimento, que abrange uma área de 170 mil metros quadrados, produzirá 240 mil toneladas de derivados de aço (perfis, tubos, chapas) por ano quando entrar em operação em 2012.

 Cimento – também no Distrito Industrial de São Luís estão se instalando duas grandes fábricas de cimento e uma terceira já está em negociação. Os dois primeiros projetos já assegurados representam investimentos de R$ 100 milhões. São exemplos de projetos atraídos pelo Maranhão após o Painel Empresarial.

O grupo Votorantim, um dos maiores fabricantes de cimento do país, está construindo uma indústria em São Luís, orçada em R$ 80 milhões e com capacidade para produzir 750 mil toneladas/ano. As obras tiveram início este ano.

Já a indústria ítalo-brasileira de Cimentos aguarda licenciamento ambiental para iniciar as obras de construção de uma fábrica no Distrito Industrial de São Luís, orçada em R$ 20 milhões. A unidade, que vai produzir 350 mil toneladas/ano de cimento, criará 150 empregos diretos na construção e 50 indiretos na operação.

Projetos estruturantes nas áreas de energia e logística se destacam

Vale deverá investir R$ 12,5 bilhões em logística até 2015 e a Aurizônia, R$ 4 bilhões.

Investimentos estruturantes públicos e privados nas áreas de energia e logística relativa a transporte (rodoviário, ferroviário e portuário), essenciais para atender à demanda de crescimento da economia maranhense, também estão sendo realizados.

A mineradora Vale, por exemplo, até 2015 investirá R$ 12,5 bilhões em logística para atender à capacidade total de movimentação de minérios, que saltará para 230 milhões de toneladas/ano no Terminal Portuário de Ponta da Madeira.

Os investimentos da Vale englobam o prolongamento e a duplicação da Estrada de Ferro de Carajás (R$ 5,6 bilhões), e a ampliação de Ponta da Madeira com a construção do Píer IV, onde estão sendo investidos R$ 2 bilhões.

No Porto do Itaqui, os investimentos chegam a R$ 643,5 milhões, abrangendo a construção dos berços 100 e 108, dragagem dos berços 100 a 103 e recuperação estrutural dos berços 101 e 102. Além da construção do Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram), cujo primeiro lote já foi licitado.

Em Bacabeira, a Aurizônia Empreendimentos investirá R$ 4 bilhões na construção do Terminal Portuário do Mearim, que será voltado para a movimentação de granéis sólidos, granéis liquidos e cargas em geral. O projeto está em fase de licenciamento ambiental.

Energia – Nesse portfólio de mais de R$ 100 bilhões no estado, destaque para os investimentos em geração de energia elétrica. O Maranhão, que foi beneficiado com o grande empreendimento de R$ 4 bilhões da Usina Hidrelétrica de Estreito, com capacidade para gerar 1.087 MW de energia elétrica, também recebeu projetos termelétricos de grande porte e agora entrará para o mapa produtor de energia eólica.

O grupo MPX está investindo R$ 1,8 bilhão na construção da UTE Itaqui, na área do Distrito Industrial de São Luís. E com a descoberta do gás natural em Santo Antônio dos Lopes, vai instalar, em parceria com a Petra Energia, o Complexo Termelétrico de Parnaíba, com investimentos de R$ 6 bilhões. Os dois empreendimentos vão gerar 4.082 MW de energia elétrica.

Governo atrai projetos diversificados

A política de atração de investimentos do Governo do Estado tem alcançado resultados positivos não somente em termos de interiorização dos empreendimentos. Os projetos em instalação no estado apresentam como características a diversificação econômica.

O Maranhão, além de gás natural, agora entra no mapa produtor brasileiro de ouro. Na região sudoeste do estado, os municípios de Centro Novo do Maranhão, Godofredo Viana e Centro do Guilherme, estão recebendo grandes investimentos nessa área.

A primeira empresa a apostar no potencial de ouro da região foi a Mineradora Aurizona, que já está operando uma mina em Godofredo Viana, onde investiu R$ 100 milhões. A corrida pelo ouro nessa região também atraiu a empresa canadense Jaguar Mining para o município vizinho de Centro Novo do Maranhão, que pretende investir cerca de R$ 500 milhões na exploração de uma mina. A Jaguar aguarda licenciamento ambiental para iniciar as obras.

Já no município de Centro do Guilherme, as empresas Brasil Resources Inc (BRI) e Apoio Engenharia e Mineração vão investir R$ 90 milhões na mina do projeto Montes Áureos. O empreendimento, quando entrar em operação, vai gerar de 150 a 200 empregos diretos.

Na área do agronegócio, destaque para investimentos em expansão na produção de cana-de-açucar e etanol (álcool), anunciados pelo grupo TG Agro Industrial, em Aldeias Altas, e Agro Serra, no município de São Raimundo das Mangabeiras.

De acordo com as informações da Secretaria do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Sedinc), nos próximos cinco anos a TG Agro Industrial investirá R$ 400 milhões na produção de cana-de-açucar e etanol (álcool).

“Com o investimento, o processamento de cana-de-açucar saltará dos atuais 532 mil toneladas/ano para 2 milhões de toneladas/ano. Já a produção do etanol será incrementada em quatro vezes. Será elevada de 40 milhões de litros/ano para 160 milhões de litros/ano. (Fonte: O Estado do Maranhão)

Contacto

Clipping

Av. Prof. Carlos Cunha, S/N, Edifício Nagib Haickel - Calhau.

(98) 3235-8621