Itaqui terá terminal de contêiner
Luiz Carlos Fossati, presidente da Emap
Ao se preparar para dar suporte aos investimentos que estão previstos para o Maranhão, com projetos de expansão e melhoria da infraestrutura portuária, como um terminal para movimentação de contêiner, a Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap) está visitando outros portos para conhecer e comparar as melhores práticas de gestão por eles adotadas. Esta semana, o presidente da Emap, Luiz Carlos Fossati, acompanhado do diretor de Desenvolvimento e Planejamento da empresa, Daniel Vinent; dos secretários de Desenvolvimento Indústria e Comércio (Sinc), Maurício Macedo; de Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplan), Fábio Gondim; do diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Fernando Fialho, além de técnicos de todos os órgãos, visitou o Complexo Portuário de Suape, em Pernambuco, que guarda algumas semelhanças com o Porto do Itaqui e tem excelentes indicadores na área de gestão. O principal ponto desse encontro foi a necessidade de planejamento estratégico que reúna porto, indústria, infraestrutura, assim como capacitação profissional e treinamento como garantia de atração de recursos para os bons projetos econômicos.
O Estado – Por que visitar o Porto de Suape?
Fossati - Aceitamos um convite do diretor-geral da Antaq, Fernando Fialho, para verificar o porquê de Suape ser um sucesso e o que podemos extrair dessa experiência e adequar à realidade do Maranhão. Precisamos exercitar esse processo contínuo de comparar serviços e práticas de empresas líderes em suas áreas e é o que estamos fazendo. Esse estudo tem que ser feito no Brasil e no exterior, o que é necessário para qualquer empresa que queira ser grande.
O Estado - O que torna Suape uma referência?
Fossati - Suape é referência porque realiza um trabalho conjunto entre porto e governo que reúne porto e indústria, e isso é um dos indutores de desenvolvimento do estado. Outro aspecto positivo é que existe um Plano Diretor para 20 anos e que, apesar das revisões necessárias, não foi alterado na sua essência com as mudanças de governo. Isso dá mais dinamismo ao mercado e segurança aos investidores.Suape atrai o interesse de investidores em refinaria, polo petroquímico, estaleiro, entre outros, estimados em mais de R$ 17 bilhões.
O Estado - O que justifica esse crescente interesse em Suape?
Fossati - Cada estado pode ter um foco diferenciado no negócio, assim como o Porto do Itaqui tem vocação para grãos, granéis líquidos e minério, por exemplo. No entanto, Suape tem infraestrutura adequada para atração e manutenção desses investimentos. Eles têm isso no modelo de gestão.
O Estado - O Plano de Desenvolvimento e Zoneamento (PDZ) do Itaqui está sendo revisado. As experiências extraídas nesse benchmarking (troca de experiências, em tradução livre) podem alterar algo no PDZ?
Fossati - Até o fim de agosto, o PDZ deverá ser aprovado pelo Conselho de Autoridade Portuária (CAP). Todo esse exercício de conhecer e comparar as melhores práticas deverá sim influenciar o PDZ e uma das sinalizações do mercado é para a construção de um Terminal de Contêiner no porto do Itaqui. Muitas empresas já demonstraram interesse em conteineirização de carga frigorífica, como carne bovina e de aves, o que agregará valor às nossas operações. A Emap já estuda uma área para implantação de um Terminal de Contêiner (Tecon).
O Estado - A partir dessa visita, o que o senhor acredita ser o principal ponto de uma gestão de sucesso no porto pernambucano e que poderia ser adotado no Maranhão?
Fossati - Temos que elaborar um planejamento estratégico que reúna o porto, indústria, infraestrutura, assim como capacitação profissional e treinamento. Esta deverá ser uma ação governamental conjunta. Se não houver investimento em infraestrutura, podemos perder os investimentos. Com planejamento os recursos virão naturalmente. Sempre há recursos para os bons projetos. Temos tido o apoio do Governo do Maranhão em todas as ações realizadas no Itaqui. A governadora Roseana Sarney evidencia um grande comprometimento com o desenvolvimento do porto, o que nos possibilita a segurança necessária para tornar o Itaqui referência em logística portuária. (Fonte: O Estado do Maranhão)