Itaqui é um dos portos que podem livrar o país de colapso

03-02-2011 15:43

 

De acordo com estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), existem cerca de 260 pontos de gargalo nos portos nacionais, dos quais os portos de Vitória (ES), Itaqui (MA), Pecém (CE), Rio Grande (RS) e Santos (SP) têm maior demanda de atenção, o que poderá salvar o Brasil de um "apagão portuário" nos próximos anos. Neste contexto, estima-se cerca de US$ 38 bilhões em investimentos para que o setor portuário brasileiro não entre em colapso até 2015.

É o que calculam especialistas do segmento, que já contabilizam, entre possíveis investimentos públicos e privados agendados nos próximos quatro anos, US$ 22 bilhões, de acordo com o jornal Diário Comércio, Indústria & Serviços (DCI), com sede em São Paulo (SP), em fins de janeiro deste ano.

No Maranhão, de acordo com informativos da Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap), gestora do Itaqui, o porto necessita de R$ 82,1 milhões para a construção de um novo atracadouro (berço 108, projetado para a porção norte do cais), para aumentar a movimentação de granéis líquidos e liberar os demais berços para movimentação de outras cargas. Os recursos viriam do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Governo Federal.

Essa informação foi divulgada na semana passada, durante visita do presidente da Emap, Luiz Carlos Fossati, e do secretário de Indústria e Comércio do Maranhão, Maurício Macedo, ao ministro da Secretaria de Portos, Leônidas Cristino.

Na oportunidade, foi apresentado ao ministro um balanço das últimas obras em andamento no Itaqui, que recebeu no ano passado do Governo Federal R$ 126 milhões para a construção do berço 100 (em andamento), recuperação do berço 102 (concluída) e na dragagem dos berços 100 ao 103 e retroárea do berço 101 (em andamento). Na opinião dos representantes do Maranhão, a perspectiva é de que o porto se torne uma boa alternativa do Norte e Nordeste para movimentação de grãos, minério, defensivos agrícolas, derivados de petróleo e carga geral.

No caso de produtos agrícolas, está em processo de implantação no Itaqui o projeto do Terminal de Grãos do Maranhão, com um orçamento inicial de

R$ 280 milhões e que deve ser iniciado ainda neste ano, com previsão de movimentar cinco milhões de toneladas já no começo de 2012 e até 15 milhões de toneladas no ápice de sua capacidade de operação.

Santos - De acordo com o DCI, o diretor de Planejamento Estratégico e Controle da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp, que administra o Porto de Santos), Renato Barco, estão adiantadas as obras de aprofundamento do canal do porto, cujo calado vai passar de 12 metros (m) para 15 m e a largura de 150 m para

200 m a um investimento de

R$ 200 milhões. A Codesp trabalha com um planejamento de ampliação que vai de 2008 a 2024, data até a qual, entre recursos públicos e privados, serão investidos US$ 6 bilhões.

Em Vitória, conforme divulgação da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), que administra um dos maiores complexos portuários do país em volume de carga, está em projeto a construção de um porto de águas profundas (superporto), voltado para receber grandes navios e que será implantado provavelmente na região de Praia Mole. Segundo a Codesa, ainda neste semestre será lançada a licitação para a contratação do projeto, estimado de R$ 15 milhões a R$ 20 milhões. Já o empreendimento deve custar aproximadamente R$ 1 bilhão.

No litoral do Ceará, o Complexo Portuário de Pecém deve inaugurar até fins de março deste ano o primeiro berço do Terminal de Múltiplo Uso (TMUT), de acordo com informes da Companhia de Integração Portuária do Ceará (Cearáportos). O terminal promete aumentar em até cinco vezes a capacidade de carga do complexo.

Outras obras previstas para o TMUT são a construção de mais dois berços de atracação para atender à movimentação de placas siderúrgicas; implantação de quatro correias transportadoras para movimentação de carvão mineral e minério de ferro; quatro descarregadores para estes insumos; seis carregadores de placas; dois píeres petroleiros para atender à refinaria Premium II da Petrobras; uma ponte de acesso de 1.800 metros; um quebra-mar com 2.300 metros de extensão; e um berço de atracação com 380 metros para atender à exportação de minério de ferro e grãos. A previsão e de que estas etapas, orçadas em R$ 2,3 bilhões, estejam concluídas até 2016.

Sul - No porto do Rio Grande (RS), os principais projetos do governo estadual são a ampliação dos molhes de proteção com alongamento e o aprofundamento do canal (cujas obras já em andamento) de segurança de navegação; o aumento de calado através da definição da profundidade do canal, de 14 m para 18 m; a construção de berço para movimentação de contêineres. Além disso, há previsão de obras de duplicação de rodovias e construção de viadutos e pontes, além de serviços de dragagem e sinalização da hidrovia Porto Alegre/Rio Grande.

 

(Fontes: O ESTADO DO MARANHÃO, Ed. 17.705, Portos – pág. 10)

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