Japonesa Kirin compra Schincariol por R$ 4 bi:

03-08-2011 17:23

 

São Paulo – A empresa japonesa de bebidas Kirin surpreendeu ontem o mercado ao anunciar a compra do controle da cervejaria brasileira Schincariol. A Kirin pagou R$ 3,95 bilhões por 50,45% das ações da Schincariol, superando propostas feitas pelas cervejarias Heineken e SABMiller.

A japonesa comprou a totalidade das ações da Aleadri-Schinni Participações, dos irmãos Alexandre e Adriano Schincariol -presidente da empresa.

O negócio, porém, pode representar o início de uma longa batalha jurídica. Uma parte da família, liderada por Gilberto e José Augusto Schincariol e detentora dos 49,55% restantes, é contra o negócio por acreditar ter o direito de preferência na compra das ações da Aleadri-Schinni.

Com faturamento bruto de R$ 6 bilhões no ano passado, o grupo Schincariol tem a segunda maior operação de cervejas do Brasil, com cerca de 10,97% de participação, atrás da gigante AmBev (69,23%), segundo dados da consultoria Nielsen de fevereiro.

Havia tempos os irmãos Adriano e Alexandre tentavam se desfazer das ações, mas as negociações com a Heineken e SABMiller foram frustradas pela oposição dos primos. Eles chegaram a fazer uma oferta, que foi superada pela da Kirin.

A empresa

A Kirin tem suas operações concentradas na Ásia (Japão, China, Taiwan, Vietnã, Tailândia, Cingapura e Filipinas) e na Oceania e faturou US$ 27 bilhões no ano passado. No Brasil, a presença é tímida, com linhas de saquê e molho de soja.

“Estamos convencidos das oportunidades que a Schincariol e o mercado brasileiro oferecem”, disse Hirotake Kobayashi, diretor-executivo da Kirin, em comunicado. “Com nossa experiência no desenvolvimento de produtos e nossa expertise em tecnologia, pesquisa e marketing, pretendemos acelerar o crescimento do Grupo Schincariol e ampliar a presença de suas marcas.”

Dona das marcas de cerveja Nova Schin, Devassa, Glacial, Baden Baden e Eisenbahn, além de linhas de sucos, águas e refrigerantes, o grupo Schincariol tem 13 fábricas (uma delas em Caxias) e 10 mil funcionários. A empresa registrou um lucro antes de juros e impostos (Ebitda) de cerca de R$ 500 milhões no ano passado.

“Estou feliz com essa operação porque a Kirin tornará a Schincariol mais forte e será o sócio ideal para a família, que permanece na operação, garantindo valor ainda maior para as marcas do grupo”, disse Adriano Schincariol, em um comunicado.
O banco BTG Pactual coordenou a operação pelo lado da Aleadri-Schinni e o Citi, pelo lado da Kirin

Os sócios minoritários  disseram nesta terça-feira não reconhecer o negócio fechado com a cervejaria japonesa Kirin. Os primos de Alexandre e Adriano, alegam ter o direito de preferência para adquirir as ações da Aleadri.


Em um comunicado, eles afirmaram: “Em defesa do direito e dos interesses dos colaboradores, fornecedores e consumidores brasileiros, os acionistas que detêm 49,55% das ações do Grupo Schincariol declaram não reconhecer a legitimidade de qualquer negócio envolvendo a transferência das ações para terceiros”.

 

(Fonte: BLOG DO DÉCIO )

Contacto

Clipping

Av. Prof. Carlos Cunha, S/N, Edifício Nagib Haickel - Calhau.

(98) 3235-8621