Lideranças de 9 estados discutem, hoje, o Projeto Norte Competitivo

03-06-2011 10:27

 

CUIABÁ - Representantes das Assembleias Legislativas dos nove estados que compõem o Parlamento Amazônico se reúnem em Cuiabá (MT), hoje, para debater formas de melhorar a infraestrutura logística e ampliar a competitividade da região amazônica. Na pauta, a apresentação dos resultados do Projeto Norte Competitivo, estudo que traça os gargalos atuais enfrentados pela região, bem como as possíveis soluções. Integrantes do Legislativo do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins, além do Mato Grosso, participam da reunião.

O projeto nasceu da preocupação de produtores e empresários com os altos custos da movimentação de produtos que entram e saem da Amazônia e foi encomendado à consultoria Macrologística pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), através da Ação Pró-Amazônia, que engloba as federações das indústrias dos nove estados que compõem a Amazônia Legal. O projeto aponta quais são os eixos de integração, englobando todos os modais de transportes (ferrovias, hidrovias, rodovias e portos), que permitirão reduzir os custos da Amazônia Legal, aumentando a competitividade.

O aprofundado estudo aponta nove eixos prioritários, que teriam custo de R$ 14,1 bilhões, mas que seriam pagos em menos de quatro anos com a economia obtida. "A estimativa de economia no custo de logística total da Amazônia Legal, que atualmente está em R$ 17 bilhões e que chegará em R$ 33,5 bilhões com o volume de produção previsto para 2020, alcançará R$ 3,8 bilhões anuais. Tais números mostram a importância de seguir o trabalho de mobilização para dar andamento às urgentes mudanças", afirma Olivier Girard, que com Renato Pavan são os responsáveis pelo projeto. Em sua apresentação na reunião no Parlamento Amazônico, Girard abordará o tema "A infraestrutura necessária para o desenvolvimento da Amazônia - o Norte Competitivo".

Maranhão - No início deste ano, o diretor-geral da Antaq, Fernando Fialho, avaliou o impacto de empreendimentos no setor de petróleo e ferrovia no desenvolvimento dos portos do Pará, Maranhão, Ceará e Pernambuco, especialmente quanto a Ferrovia Norte-Sul e as refinarias Premium da Petrobras.

Segundo Fialho, os portos do Pará, Maranhão, Ceará e Pernambuco tendem a se consolidarem como destinos exportadores do país. "Essa mudança de cenário vai descomprimir Santos [SP] e Paranaguá [PR]", disse Fialho. "Não é um efeito negativo sobre esses dois portos. O que vai acontecer é que eles tendem a se voltar para uma vocação mais industrial", declarou o diretor-geral da Antaq, na ocasião.

No caso do Maranhão, Fialho destacou a perspectiva de duplicar a movimentação de navios na região portuária, em vista da implantação da refinaria Premium I da Petrobras, em Bacabeira (60 km de São Luís). Outro destaque é quanto o escoamento de grãos do Centro-Oeste pelas ferrovias Norte-Sul (FNS) e Transnordestina.

Logística - A FNS deve ter lotes de seu trecho já licitado para tráfego de cargas ainda neste ano. O projeto mexe com os planos do Porto do Itaqui e também com o de Vila do Conde (PA), que estuda a construção de um ramal ferroviário para se conectar ao circuito da Norte-Sul. No Itaqui, está em projeto a construção do Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram), que prevê movimentar até cinco milhões de toneladas no início de 2012 (primeira fase) e até 15 milhões de toneladas na etapa final.

Outro fator a se considerar nesse contexto logístico é ferrovia Transnordestina, que deve ser concluída no primeiro semestre de 2013 e também vai mexer radicalmente com as estruturas do Complexo Portuário de Suape (PE) e de Pecém, no litoral do Ceará.

No caso de Pecém, há também a previsão de crescimento em vista da refinaria Premium II da Petrobras, que deve iniciar as operações em 2017. Em relação a Suape, o projeto da refinaria Abreu e Lima, também da Petrobras, promete ser um fator de grande desenvolvimento econômico.

Estudo - Em novembro do ano passado, quando foram divulgados os primeiros relatórios do estudo Norte Competitivo, chegou-se a uma previsão de que em 10 anos, com o aumento da produção e a criação de novas rotas de escoamento, haverá problemas nos portos de Itaqui e Ponta da Madeira (MA), Porto Velho (RO) e Hermasa Graneleiro (AM).

De acordo com o estudo, a capacidade de armazenagem apresenta uma situação pior. Dos sete terminais listados, somente dois estão operando dentro do limite, os terminais Alumar (MA) e Hermasa Graneleiro. Segundo o relatório, os portos da região demandam um investimento de R$ 2,6 bilhões, dos quais R$ 1,4 bilhão foram considerados prioritários.

Números

9 Eixos prioritários de investimentos foram apontados pelo estudo para desenvolvimento do projeto Norte Competitivo

3,8 Bilhões de reais/ano é a estimativa de redução do custo logístico com a implantação do projeto

14 Bilhões de reais é o custo estimado para a realização das obras que integram o projeto Norte Competitivo. (Fonte: O Estado do Maranhão)

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