Lobão garante energia eólica e solar a ilhas isoladas no Maranhão

26-06-2011 16:39

 

Lobão e Ricardo Guterres discutem projetos de geração de energia eólica e solar em ilhas.

O secretário de Estado de Minas e Energia, Ricardo Guterres, foi recebido, em Brasília, pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. Na audiência, Lobão garantiu que o Governo Federal atenderá as demandas solicitadas pelo Governo do Maranhão para a manutenção do fornecimento de energia elétrica, gerada a partir da conversão de energias como a eólica e a solar, a moradores residentes em ilhas isoladas do litoral norte do estado.

De acordo com Ricardo Guterres, o ministro renovou o convênio do ministério com a Universidade Federal do Maranhão (Ufma), o que garantiu a continuidade do projeto, que fornece energia elétrica a 92 famílias (cerca de 500 pessoas) que vivem na Ilha dos Lençóis, no município de Cururupu.

O projeto corria risco de ser suspenso, a partir de julho, mas, atendendo à solicitação da governadora Roseana Sarney, feita pelo secretário Ricardo Guterres, Edison Lobão renovou o convênio, por meio do Programa Luz para Todos, o que ajustou o prolongamento da ação até 31 de dezembro deste ano.

O ministro, de acordo com Guterres, viabilizará a execução de projetos semelhantes em outras 11 ilhas isoladas do litoral norte do Maranhão (localizado entre a Golfão Maranhense, onde está a Ilha de São Luís, e a divisa com o estado do Pará), o que beneficiará mais cinco mil moradores de pequenos povoados. Esses projetos, em fase final de aprovação, foram preparados pelas Companhia Energética do Maranhão (Cemar), com assessoramento da UFMA, por meio do Instituto de Energia Elétrica.
A extensão do projeto a outras localidades, que começa a ser viabilizada ainda este ano, atenderá moradores de ilhas como as de Bate Vento, Retiro, Mirinzal, Peru e Valha-me Deus (em Cururupu) e Sababá e Cunha-Cuema (em Turiaçu).
Ricardo Guterres afirmou que a Secretaria de Estado de Minas e Energia (Seme) fará gestões junto à Cemar para que a distribuidora dê continuidade à execução dos projetos. Para ele, a migração da proposta para a Cemar é a medida mais acertada no sentido de garantir que o trabalho se mantenha.


Ilha dos Lençóis

O projeto que converte energia eólica e solar em energia elétrica na Ilha de Lençóis foi iniciado em 2007 pelo Instituto de Energia Elétrica (IEE) Ufma, com financiamento do Luz para Todos.

A instalação desses sistemas em áreas isoladas é cara, o que demandaria, para a sua manutenção, a cobrança de uma tarifa muito alta. Contudo, a nova legislação permite que a tarifa cobrada aos consumidores seja semelhante à praticada no sistema interligado. “Com o término do convênio entre o Ministério e a UFMA, a Cemar deve assumir a manutenção dos serviços, garantindo a cobrança da mesma tarifa praticada no resto do estado”, explicou Guterres.

 

Referência internacional

O professor do Curso de Engenharia Elétrica da UFMA e secretário-adjunto da Secretária e Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Osvaldo Saavedra Mendez, idealizador do projeto, informou que a proposta executada na Ilha dos Lençóis servirá de referência para as ações nas outras ilhas.

“É um projeto que virou referência nacional e internacional, conquistando diversos prêmios”, afirmou Saavedra. Entre as premiações destaque para as que foram concedidas pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Revista Informática Aplicada. O trabalho já foi publicado em revistas cientificas de credibilidade internacional, entre as quais a IEEE Transactions.


Projeto

O projeto montado na Ilha dos Lençóis, o “Sistema híbrido de geração de energia elétrica da Ilha de Lençóis”, utiliza três fontes de energia: as renováveis solar e eólica (dos ventos), e a térmica, por meio de gerador a diesel. O equipamento é composto por três turbinas eólicas de 7.5 kW (total 21,5 kW), montadas em torres de 30 metros. O aproveitamento solar é realizado por 162 módulos fotovoltaicos de 130 Watts cada (total 21kW).

Um sistema com 120 baterias de 150 Ah por bateria armazena a energia, que é transformada para uso doméstico (220V CA) por dois inversores de 20 kVA, desenvolvidos especialmente para o projeto e com tecnologia brasileira.
Também compõe o sistema um grupo gerador a diesel de 53 kVA, que supre o sistema apenas quando não houver energia suficiente gerada pelo sol e pelos ventos e, caso o banco de baterias esteja descarregado. (Fonte: O Estado do Maranhão)

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