Longa vida receberá investimentos de mais de R$ 1 bi

29-09-2011 16:22

 

Por Luiz Henrique Mendes | De São Paulo

Motivado pelo crescimento da renda das famílias brasileiras, as indústrias de leite longa vida devem realizar o maior investimento da história do setor em 2011: mais de R$ 1 bilhão entre ampliações e construção de novas plantas. Essa é a estimativa do presidente da Associação Brasileira da Indústria de Leite Longa Vida (ABLV), Laércio Barbosa. "Não temos os números dos outros anos, mas pela nossa experiência é o maior investimento da história", afirmou.

Segundo ele, as vendas de leite longa vida, que representa 76% do total de leite fluido consumido no país, devem crescer 4% neste ano, para 5,7 bilhões de litros.

Apesar dos resultados positivos, com vendas em alta e investimentos em patamares históricos, o setor não consegue acompanhar o crescimento forte do consumo no país, intensificando as importações de lácteos. "Nossa produção não acompanhou o crescimento da demanda", reconhece Barbosa, para quem o déficit da balança de lácteos também será recorde neste ano, chegando a US$ 600 milhões. Entre janeiro e agosto de 2011, disse ele, o setor já acumulou déficit de US$ 300 milhões.

Ainda que as importações sejam estimuladas pela demanda nacional, Barbosa responsabiliza o câmbio apreciado por parte do déficit da cadeia de lácteos.

Segundo ele, o leite produzido no Brasil custa US$, 0,60 por litro, enquanto em países como Argentina, Uruguai e Nova Zelândia o custo é de US$ 0,40 por litro. Na visão do dirigente, um dólar na casa de R$ 1,50 "não é um valor real para o câmbio brasileiro" e a recente desvalorização da moeda nacional é "extremamente benéfica".

Em meio à demanda firme, os preços do leite devem continuar em alta. Para o economista Alexandre Mendonça de Barros, sócio-diretor da MB Agro, o produto nacional sofrerá pressões altistas por conta do clima seco que prejudica a produção em Goiás, Mato Grosso e no norte do país.

Na opinião do economista, os produtores de leite no país serão "fortemente desafiados pela concorrência com os grãos e a cana-de-açúcar", cuja área plantada deve crescer. "Tem muita gente dizendo que Goiás vai diminuir sua produção de leite".

FONTE: VALOR ECONÔMICO, AGRONEGÓCIO

 

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