Mais estrangeiros para trabalhar

01-08-2011 10:03

Segundo o Ministério do Trabalho, falta de mão de obra especializada faz com que o número de vistos de trabalho para estrangeiros atuarem no Maranhão aumente 58,8% no 1º trimestre

O problema da falta de mão de obra no Maranhão é refletido no número de vistos de trabalho dado a estrangeiros no Maranhão, que só no primeiro trimestre de 2011 já superou em 58,8% todo o ano de 2010, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego (TEM), e pode ser resumido em falta de experiência e formação por parte dos candidatos locais e medo das empresas em qualificarem sua mão de obra por conta do assédio de concorrentes.

Outro fator relacionado, segundo o professor de recursos humanos, Antonio Neto, é o fato das empresas maranhenses tradicionalmente pertencerem a famílias que normalmente empregam parentes, ao invés de profissionais qualificados.

Atualmente, no Maranhão, a dificuldade número um, exposta pelos empresários, de todos os setores, trata-se da dificuldade de encontrar mão de obra qualificada que ajude no crescimento dos negócios. Sendo assim, no primeiro trimestre deste ano, 54 vistos de trabalho foram concedidos a estrangeiros, no Maranhão, expondo um aumento de 58,8% em relação a todo o ano de 2010 e 1.800% ou 18 vezes mais que em relação ao primeiro trimestre do ano passado.

Um dos exemplos de profissionais que vieram de fora para o mercado de trabalho maranhense foi o da francesa Noubié Futre que trabalha no setor de logística de uma importante empresa do estado. ela, que chegou ao estado em 2009, revelou que terá seu visto de trabalho renovado por mais dois anos e lembra que, para um profissional estrangeiro ser contratado, a empresa que deseja fazer a contratação deve provar que não há profissionais capacitados no mercado brasileiro, por conta da legislação brasileira, para que então comece os procedimentos de pedido de visto e contratação.

“Cheguei ao Brasil em 2009 e, para que eu pudesse ser contratada, a minha empresa teve primeiramente que provar, às autoridades brasileiras, que não havia sequer um profissional capacitado na minha área, que é a de logística”, declarou Noubié.

A profissional também acredita que o número de vistos aumentou por conta da termoelétrica que está sendo construída no estado, na Vila Maranhão. Noubié explica que os engenheiros, na maioria, italianos, dedicam-se somente à construção desse tipo de obra, participando de dezenas de projetos similares, por ano, em várias partes do planeta.

“Acredito até que esse aumento de vistos estrangeiros, se deve à construção da termoelétrica, onde a mão de obra especializada vive somente disso e fazendo várias obras dessa especialidade, por ano, em diversos países”, disse Noubié Futre.

Indonésia

De acordo com o levantamento do MTE, a Indonésia é o país que tem mais trabalhadores, 15 no total, com visto de trabalho no Maranhão, seguida pela Itália, com 12, Austrália, com cinco, e outros países contabilizam 22.

Os tipos de vistos mais requisitados, no estado, são para trabalho a bordo de embarcação ou plataforma e assistência técnica com prazo de 90 dias, sem contrato de trabalho, com 18 concessões cada. Assistência técnica, cooperação técnica e transferência de tecnologia, sem vínculo empregatício, cedeu 12 vistos de trabalho nesse primeiro trimestre de 2011, enquanto investidores sendo pessoas físicas contabilizam 5 vistos e especialistas com vínculos empregatícios, apenas um.

Para o professor Antonio Neto, o aumento de estrangeiros no Maranhão, tem como um dos fatores, a falta de mão de obra especializada, pois os trabalhadores que têm chegado ao estado, normalmente, são profissionais especializados.

“De certa forma, reflete sim a falta de profissionais especializados e pode-se até dizer que é um dos fatores, mesmo eu não podendo dizer que é o fator principal. A importação de mão de obra é uma espécie de “head hunting”, de caçar talentos, mas há também muitas pessoas que vêm de fora em busca de uma oportunidade e a encontram por serem mão de obra especializada, sendo que, em alguns casos, as pessoas têm amigos que indicam, avisam que existem oportunidades em uma área específica, e ai, quando esses profissionais chegam, o mercado absorve esses trabalhadores”, explicou o professor de recursos humanos.

Por conta dessa dificuldade, a opção de várias empresas é a prática citada pelo professor Antonio Neto, conhecida como “head hunting”, ou seja, buscar profissionais que estejam trabalhando em empresas concorrentes, através de caça-talentos, e oferecer a esses trabalhadores melhores condições e salários. (Fonte: O Imparcial)

 

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