Maranhão continua com déficit comercial

17-01-2012 08:49

A balança comercial maranhense ainda não conseguiu se recuperar da crise econômica iniciada em 2008 nos Estados Unidos e que teve continuidade em 2011, com problemas na Europa, mas com repercussão em todo o mundo. O resultado é que desde então a balança vem registrando saldo negativo. Ano passado, o déficit chegou a US$ 3,234 bilhões.

Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) revelam que, embora o valor das exportações maranhenses tenha crescido 4,34% em 2011 em comparação ao ano anterior, atingindo US$ 3,047 bilhões, as importações alcançaram o dobro no período, chegando a US$ 6,281 bilhões. O resultado dessa conta é o déficit na balança comercial.

Durante todo o ano passado, somente em janeiro a balança comercial maranhense registrou superávit, mas de apenas US$ 14,5 milhões. No restante dos meses, o saldo foi sempre negativo, sendo o maior verificado em novembro (-US$ 501,3 milhões).

Vale destacar que essa situação de saldo negativo na balança comercial não foi uma realidade só do Maranhão ano passado. Outros 11 estados mais o Distrito Federal também tiveram déficits, com destaque para São Paulo (-US$ 22,2 bilhões) e Amazonas (-US$ 11,8 bilhões). Constam ainda na lista Ceará, Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Santa Catarina, Sergipe e Distrito Federal.

O economista José Cursino Raposo Moreira disse que a forte dependência da economia maranhense nas commodities (minério de ferro, alumínio, soja e outros produtos) contribui para o saldo negativo da balança comercial. "A partir do momento em que o mercado internacional, que regula esses produtos, se retrai, repercute negativamente na balança comercial", explicou.

Mas também há que se considerar como outra causa para esse déficit, a forte internalização de derivados de petróleo, produto que entra no estado no entreposto do Porto do Itaqui e depois é distribuído para o Norte e Nordeste. Em 2011, do total de US$ 6,2 bilhões em importações no estado, somente derivados de petróleo (óleo de diesel, gasolina, querosene de aviação) responderam por US$ 5,2 bilhões.

José Cursino Raposo observou que o caminho para o Maranhão não depender apenas das commodities é a diversificação da pauta de exportação do estado, incluindo novos produtos, mas com valor agregado. "Se não mudar essa situação, qualquer crise nos mercados tende a impactar negativamente na balança comercial do estado", alertou.

Para ele, em 2012 o cenário ainda é de instabilidade, principalmente na Europa e com impacto na economia global. Também há um fato preocupante, que é um possível crescimento menor da China, mercado para onde segue boa parte dos produtos exportados pelo estado, como minério de ferro e soja.

Exportações batem recorde, apesar do déficit

Pauta de exportações do estado fechou em US$ 3,04 bilhões no ano passado, um recorde histórico puxado pela indústria

A pauta de exportações do estado fechou em US$ 3,04 bilhões no ano passado. Com isso, as vendas de empresas maranhenses no mercado externo cresceram quase seis vezes nos últimos 10 anos.

Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) mostram que o Maranhão registrou recorde nas exportações. Cerca de 30 países importaram pouco mais de US$ 3 bilhões em 2011, um recorde histórico: é a melhor marca desde que o MDIC passou a divulgar a balança comercial dos estados brasileiros, em 1998.

Os fatores que explicam o recorde registrado em 2011 foram a retomada da exportação de ferro-gusa, a ampliação dos embarques de soja produzidos no sul do Maranhão e da Alumina calcinada produzida pele Alumar, em São Luís, a melhoria do preço internacional das pelotas de minério de ferro e a entrada do ouro na pauta de exportação maranhense.

"Mesmo com a crise internacional do ano passado, tivemos melhoria na cotação internacional de alguns produtos, mudanças significativas nas estratégias de negócios de alguns exportadores maranhenses, e países que vinham diminuindo as importações de produtos maranhenses voltaram a comprar mais, como é o caso dos Estados Unidos, do Canadá e Argentina. Estes fatores explicam o recorde", disse Cassiano Pereira, coordenador do Centro Internacional de Negócios (CIN) da Fiema.

A maior parte dos produtos exportados pelo estado é produzida pela indústria maranhense. É o caso do ferro-gusa, da alumina calcinada e do ouro. Cerca de US$ 1,52 bilhão - mais da metade do que é exportado - são referentes a produtos industrializados. "Este é o segundo melhor resultado da história para a indústria exportadora. Ele mostra o retorno que a indústria maranhense pode dar à economia estadual", observou o presidente da Fiema, Edílson Baldez.

Países - A China perdeu para os EUA o posto de principal cliente externo dos exportadores maranhenses. No ano passado, os norte-americanos compraram US$ 198 milhões a mais do que em 2010 e representam 14,77% das exportações feitas pelas empresas maranhenses, enquanto os chineses compraram US$ 197,5 milhões a menos.

Ao todo, os clientes norte-americanos compraram US$ 449,9 milhões e consumiram alumínio e alumina produzidos pelo Consórcio Alumar e ferro-gusa produzido pelas sete guseiras que atuam no estado.

Números

US$ 3,047 Bilhões foram exportados em 2011 pelo Maranhão

US$ 6,281 Bilhões foi o valor das importações maranhenses em 2011

US$ 3,234 Bilhões foi o déficit da balança comercial do estado ano passado. (Fonte: O Estado do Maranhão)

 

 

Contacto

Clipping

Av. Prof. Carlos Cunha, S/N, Edifício Nagib Haickel - Calhau.

(98) 3235-8621