Ministros discutem melhorias na infraestrutura logística nacional

27-03-2012 08:14

BRASÍLIA - O ministro dos Portos, Leônidas Cristino, e o dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, reuniram-se para uma análise conjunta dos projetos que estão sendo traçados por seus ministérios: o Plano Nacional de Logística Portuária (PNLP) e o Plano Nacional de Logística de Transportes (PNLT). O encontro ocorreu na semana passada, em Brasília (DF). Os ministros reconhecem a importância desta parceria no desenvolvimento do trabalho para a melhor integração dos modais logísticos.

Os estudos visam levantar a situação atual e uma visão geral da malha intermodal e assim identificar possíveis gargalos e investimentos, tanto do Governo Federal como da iniciativa privada.

No caso do setor portuário, o PNLP, desenvolvido pela Secretária de Portos (SEP) em parceria com a Universidade de Santa Catarina (UFSC), já concluiu a avaliação de todos os portos nacionais e dos Planos Diretores de 15 principais portos: Itaqui (MA), Rio Grande (RS), Salvador e Aratu, na Bahia, Suape (PE), Mucuripe e Pecém, no Ceará, Vila do Conde e Santarém, no Pará, Itaguaí e Rio de Janeiro, ambos no Rio, Vitória (ES), Itajaí (SC), Paranaguá (PR). O porto de Santos (SP), que faz parte da lista, terá seu plano diretor revisto.

O Plano irá contemplar também um prognóstico (projeções e tendências) para a avaliação de cenários com análises e apresentará o conjunto de proposições de ações de médio e longo prazo. Essas ações permitirão a tomada de decisões fundamentadas em seis principais áreas temáticas: infraestrutura; superestrutura e operações; logística e hinterlândia (área geográfica de influência); economia e finanças; gestão e meio ambiente.

A realização do PNLP é relevante não apenas porque prevê um horizonte de 20 anos e a realização de Master Plans (planos mestres, em tradução livre) ao final do estudo (fase atual), mas também porque irá condensar em um mesmo trabalho 95% das importações e exportações nacionais e cujo crescimento anual tem sido em torno de 10%. Uma das limitações do setor no Brasil país é aliar crescimento com capacidade instalada, além aprimoramento da legislação específica e do modelo de gestão pública.

Como os portos públicos apresentam dificuldades de acesso terrestre, a infraestrutura das rodovias e ferrovias é o que chama atenção no quesito logística. O diagnóstico sugere melhorias no estado de conservação das estradas - principal meio de transporte das cargas brasileiras - e indica que elas operam no limite de suas capacidades. Já as ferrovias têm pouca participação em virtude da falta de terminais especializados.

Itaqui - No Maranhão, técnicos da UFSC e do Porto de Roterdã (Holanda), visitaram a região portuária e colheram informações do setor junto à diretoria da Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap), na segunda quinzena de agosto de 2010.

A missão técnica previa a visitação aos portos de importância estratégica nacional e também alguns terminais privativos em todo o país.

Na ocasião, o diretor de Planejamento e Desenvolvimento da Emap, Daniel Vinent, explicou que a gestora do Porto do Itaqui contribuiu para o PNLP com dados sobre movimentação de cargas, crescimento da infra-estrutura, melhoria da produtividade, obras de expansão, entre outras informações.

Além de Vinent, participaram da reunião técnica: Ricardo Sproesser, consultor da UFSC; Maurits Van Schuylenburg, gerente de Projetos do Porto de Roterdã; e Gustavo Lago, gerente de Planejamento da Emap.

"O Porto de Roterdã, pela diversidade de operações que realiza, é o responsável pelo suporte técnico ao projeto. Existem vários grupos de trabalho coletando simultaneamente informações como capacidade instalada e aumento da demanda, questões ambientais e gestão portuária", explicou Ricardo Sproesser, na oportunidade.

Estimativa - A projeção de crescimento do Itaqui tem sido divulgada constantemente pela Emap neste ano. O porto pode se tornar um dos 10 maiores do mundo nos próximos anos. A movimentação de cargas deve saltar dos 12,6 milhões de toneladas movimentadas em 2010 para 79,7 milhões de toneladas em 2020 e, assim, alcançar a liderança nacional em granéis sólidos e líquidos.

Atualmente, 50% da movimentação de carga no Itaqui são de derivados de petróleo, o que deve sofrer um incremento de 40% com a entrada em operação de um novo berço, de número 108, cujo processo de construção, no valor de R$ 80 milhões, está sendo conduzido pela Emap.

Até 2030, quando a meta é atingir uma movimentação de 149,7 milhões de toneladas por ano, a previsão é que o Porto do Itaqui acompanhe as tendências globais competitivas entre os portos, esteja alinhado ao desenvolvimento do Maranhão e do país, seja globalizado com prioridades locais e se transforme em um polo industrial e de logística funcionando 24 horas por dia.

O Plano de Negócios da empresa prevê uma nova matriz de carga com ampliação de linha regular de contêiner; a entrada em funcionamento do Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram), no fim de 2013, cujo contrato de construção foi assinado recentemente; e com a introdução de novos produtos como celulose e pellets, da empresa Suzano Papel e Celulose. A descarga de carvão para a MPX e de cobre e níquel para a Vale também influenciarão nesses números.

Números

120 Bilhões de reais devem ser investidos no Maranhão até 2016 - empreendimentos industriais e logísticos.

25,3 Bilhões de reais têm São Luís como destino e impactam direta ou indiretamente na atividade portuária.

600 Milhões de reais estão sendo aplicados diretamente no Porto do Itaqui. (Fonte: O Estado do Maranhão)

 

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