Navios já podem ser abastecidos em São Luís

01-04-2011 08:53

 

A Petrobras realizou com sucesso a primeira operação de abastecimento de bunker (combustível para navios) em São Luís (MA). O procedimento foi realizado no último sábado (26) a cerca de 20 quilômetros da entrada do Complexo Portuário de São Luís (CPSL), na Baía de São Marcos, onde estão fundeados 95% dos navios mercantes com destino aos portos da capital maranhense.

Esse novo serviço implantado no sistema portuário de São Luís é uma reivindicação do Ministério de Minas e Energia (MME) à Petrobras, em atendimento a um pleito do Governo do Estado do Maranhão. Também participaram do esforço as diretorias da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), órgão vinculado ao MME.

Segundo o diretor-geral da Antaq, Fernando Fialho, tanto a navegação de longo curso (internacional) quanto a cabotagem (comércio entre portos da mesma região ou país) serão atendidas por esse serviço. "A operação realizada na área de fundeio [Baía de São Marcos] é uma vantagem, pois não vai ocupar um dos berços do sistema portuário", ressaltou Fialho.

De acordo com estimativas preliminares do MME, o fornecimento de bunker aos navios mercantes deve movimentar anualmente de R$ 600 milhões a R$ 700 milhões, o que representa a arrecadação de aproximadamente R$ 200 milhões para o estado em Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

O potencial de atendimento nos terminais que compõem o CPSL (Itaqui, Ponta da Madeira e Alumar) é de 70 navios por mês. De acordo com o informe da Petrobras, a maioria dessas embarcações abastece em Cingapura (Ásia).

Agências - De acordo com o presidente do Sindicato das Agências de Navegação Marítima do Maranhão (Syngamar), Jorge Afonso Quagliani, essa operação iniciada pela Petrobras vem atender a uma necessidade antiga de abastecimento de combustível dos navios que atracam no CPSL.

Segundo o Syngamar, além de contribuir para reduzir o tempo de atracação de navios, a operação de abastecimento dos navios fora dos berços resultará em economia de custo para os armadores.

"Essa operação vem resolver um enorme gargalo no porto que, por limitações de berços, provoca longas filas de navios à espera para atracar e movimentar suas cargas. Por conta dessa espera, muitos armadores eram obrigados a procurar outros portos fora do estado para abastecer", disse Jorge Afonso Quagliani.

Operação - Para a implantação dessa nova modalidade de abastecimento, foi incorporado à frota de bunker o navio Sea Emperor, com casco duplo, equipado com propulsor que fornece maior facilidade nas manobras e capacidade de fornecimento de 12 mil toneladas. A embarcação, de bandeira das Ilhas Marshall, tem 130 metros de comprimento, 20 metros de largura e 8,7 metros de calado (distância da linha d'água até o fundo da embarcação). A embarcação abastecida foi o navio-tanque Elka Bene, de bandeira liberiana, com 188 m de comprimento, 32 m de largura e 45.467 toneladas.

Para realizar essas operações, foram obtidas autorizações da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Sema), Capitania dos Portos do Maranhão (CPMA), Departamento de Marinha Mercante, Receita Federal e Port State Control (instância da Organização Marítima Internacional - IMO). Com o início das operações, a Petrobras espera um crescimento sustentável nas vendas do produto na região.

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Navios envolvidos na operação de abastecimento de bunker:

Navio: Sea Emperor

Tipo: Tanque

Ano de construção: 2008

Comprimento: 130 m

Largura: 20 m

Porte Bruto: 13 mil/ t

Capacidade de carga: 12 mil/t

Navio: Elka Bene

Tipo: Tanque

Ano de construção: 2002

Comprimento: 188 m

Largura: 32 m

Porte Bruto: 45.467 t

(Fonte: O Estado do Maranhão, Ed. 17.703, Portos – pág. 08)

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