Nova refinaria para o MA?
Rumores dão conta de que Roseana teria viajado a Caracas para o encontro com Hugo Chávez para discutir segunda refinaria, mas nenhuma fonte confirma o fato
Jornais de circulação nacional divulgaram ontem que o governo estadual estaria negociando com a petrolífera venezuelana PDVSA uma segunda refinaria de petróleo para o estado. Segundo reportagens publicadas ontem, a governadora Roseana Sarney teria viajado para a capital venezuelana, na última terça-feira (25), sob um forte esquema de sigilo para começar as conversações. O Maranhão seria uma localização alternativa ao projeto da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia negociado com Hugo Chávez.
O jornal O Estado de São Paulo divulgou que as desavenças com a Petrobras quanto à participação na sociedade empresarial já levam a PDVSA a buscar alternativas para se instalar no Brasil. O presidente venezuelano, Hugo Chávez, teria conversado na terça-feira com a governadora Roseana Sarney sobre a possibilidade de construir uma refinaria no Maranhão, sem a Petrobras. Porém o governo estadual nega a viagem.
A reunião com Chávez ocorreu em Caracas e foi intermediada pelo ex-ministro José Dirceu, entusiasta da parceria entre a Petrobras e a estatal PDVSA. Participaram também o embaixador da Venezuela no Brasil, Maximilien Arveláin, o presidente da PDVSA e o ministro de energia e petróleo local, Rafael Ramirez, e o diretor executivo da petroleira no Brasil, Sérgio Tovar.
O motivo da nova insatisfação da PDVSA com a Petrobras é a conta apresentada pela companhia brasileira, que quer ser ressarcida em 40% dos gastos que teve até agora na construção da refinaria.
Além disso, a estatal venezuelana assumirá R$ 4 bilhões do empréstimo de R$ 10 bilhões aprovado pelo BNDES para a obra. Com previsão de ser inaugurada no primeiro semestre de 2013, a Abreu e Lima está 40% pronta, de acordo com a Petrobras.
Nem a Petrobras nem a PDVSA divulgaram os valores que estão sendo negociados. Representantes das empresas vêm se reunindo desde o último dia 14, sem chegar a um acordo.
A PDVSA não aceita pagar o dinheiro cobrado pela empresa brasileira, sob o argumento de que, em comparação com o mercado internacional, os preços da Petrobras estão muito elevados. A Petrobras estipulou o prazo de 30 de novembro para receber os 40%.
Estudos
Como insiste em colocar os seus produtos no mercado brasileiro, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, a PDVSA começou a estudar, a partir do impasse com a Petrobras, a hipótese de deixar a parceria na Abreu e Lima, desde que consiga terreno e dinheiro para construir outra refinaria. O problema é que a Petrobras também já está construindo uma refinaria no Maranhão, com o apoio do governo estadual.
Talvez por isso a viagem de Roseana a Caracas estava sendo mantida em sigilo. Ela embarcou na terça-feira. Voltou anteontem, após o encontro com Chávez. O secretário de Comunicação do Maranhão, Sérgio Macedo, negou a viagem. Segundo ele, Roseana não sai do Brasil há três meses.
Dirceu também viajou para Caracas na terça-feira. Voltaria anteontem da Venezuela, segundo sua assessoria. Ele negou, por meio da assessoria, que tenha estado com Roseana.
O diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, disse desconhecer o assunto. Em tese, afirmou considerar não haver “sentido algum” em se construir duas refinarias no Maranhão. (Fonte: O Imparcial)