Novo estaleiro irá gerar 1.400 empregos na capital maranhense

10-06-2011 09:31


A Internacional Marítima implantará um estaleiro em São Luis. As obras serão iniciadas até outubro, gerarão entre 1.200 e 1.400 empregos no pico da operação do estaleiro e custarão cerca de R$ 250 milhões em cinco anos.

O estaleiro está previsto para operar em três fases e a na primeira fase, que terá um investimento de R$ 60 milhões, empregará diretamente entre 400 e 600 profissionais. O anuncio foi feito ontem pelo presidente da Internacional Marítima, Luiz Carlos Cantanhede, empresa que fará o investimento.

O estaleiro contará com três etapas de operações e a primeira etapa era dedicada apenas ao conserto, construção e manutenção de embarcações menores e construções, como os ferryboats que fazem a travessia da Baia de São Marcos. O tempo previsto para completar o projeto, chegando à terceira etapa, é de cinco anos.  

“Temos muitas embarcações, mas não temos estaleiros. Quando necessário, todos os reparos são feitos fora do Brasil porque aqui não tem onde fazer. Já cansei de ver embarcações perdidas, jogadas na lama, porque não teve quem fizesse os reparos necessários.”, contou Luiz Carlos Cantanhede, ao comentar porque decidiu aplicar recursos no empreendimento.

A segunda e a terceira fase de operações ainda não têm uma data prevista para iniciarem. A segunda fase englobará a construção, manutenção e reparos médias embarcações.

A terceira fase ou a fase final se dedicará a pequenos reparos de navios de pequenos portes, e a construção, manutenção e reparos de grandes embarcações como navios do tipo Handysize, que deslocam até 30 mil toneladas.

“Isso trará mais fornecedores e empresas que prestam serviços, além de que esse projeto vai gerar muitos empregos nas áreas de mecânica, pintura, elétrica. Já era um projeto antigo.”, disse o empresário.

Atlântica
Cantanhede - que é também dono da Atlântica Serviços Gerais, empresa prestadora de serviços na área de segurança - contou que já está atuando forte em cinco estados e que no atual momento, expandir os negócios está fácil por conta do momento que vive a economia brasileira, juntamente com a estrutura que não existe e que ainda precisa se construída.

“O Brasil hoje em dia está com uma economia crescente e com muitas coisas ainda por fazer. A infra-estrutura, por exemplo, que ainda está muito primaria, pede investimentos e muitos empresários de fora estão de olho nesse nosso mercado.”, explicou.

As parcerias com empresas de fora, também são importantes segundo o Luiz Carlos.

Ele revelou que esteve recentemente na Holanda para fazer novas parcerias e que os empresários do mundo, todos estão de olho nos mercados promissores do BRIC, grupo de países em desenvolvimento, composto por Brasil, Rússia, Índia e China.

“A economia americana está parada. O PIB dos países da Europa também estagnou. Por conta disso, os países como Brasil, China, Rússia, Índia e outros que estão crescendo fortemente se tornam alvo de investidores do mundo inteiro. O que não faltam são oportunidades: obras a serem feitas e serviços a serem prestados, só é preciso coragem dos empresários.”, ressaltou Luiz Carlos Cantanhede.

Dificuldades
Em contrapartida, apesar do grande momento da economia, o empresário expõe algumas das maiores dificuldades encontradas. Uma das dificuldades encontradas por empresários de diversos setores é a falta mão de obra qualificada. Apesar de existirem muitas pessoas desempregadas, os trabalhadores com qualificações são difíceis de serem mantidos, pois as empresas concorrentes fazem propostas e levam alguns dos profissionais uma das outras.

“A mão de obra ou seja mãos, pernas e intelectos preparados para o trabalho é algo difícil de encontrar. O ritmo de qualificação dos profissionais, não vem acompanhando o ritmo de crescimento dos negócios. Há também o fato de ter outras empresas concorrentes querendo contratar o seu funcionário e as vezes não é possível mante-lo”, revela Luiz Carlos Cantanhede.

Outra dificuldade para o crescimento dos negócios e também da nação, segundo Luiz Carlos, é o famoso custo Brasil, ou seja, as taxas e burocracias geradas pela legislação. O presidente da Internacional Marítima também reclama dos encargos sobre os salários o que, para ele, levam as pessoas para a informalidade.

“A carga tributaria assusta. É um complicador do progresso e do crescimento e os encargos sobre os salários forçam as pessoas a irem para a informalidade. Há também um emaranhado de leis e burocracias que atrasam, por exemplo, o processo de contratação”, disse.

Para ele os processos de contratação na Europa são mais rápidos. “Em Rotterdam, na Holanda, tive a oportunidade de ver uma empresa contratando um profissional. Lá eles pagam por dia de trabalho e fizeram os contatos todos por e-mail e todos os detalhes e documentos estavam informatizados. A contratação não durou um dia e ele começou a trabalhar no dia seguinte. Aqui no Brasil levam uns oitos dias, no mínimo, para a pessoa começar a trabalhar. É preciso fazer teste de admissão médica entre outras coisas, são dezenas de documentos e autorizações.”, finalizou Luiz Carlos Cantanhede. (Fonte: O Imparcial)

 

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