Novo presidente da Vale vem do Canadá
A Folha desta quarta-feira anuncia o economista Tito Botelho Martins, presidente da Inco, subsidiária da Vale no Canadá, como o subsituto de Roger Agnelli, de triste memória, na mineradora. A informação já tinha sido dada na segunda feira pelo colunista Guilherme Barros no iG.
Segundo Barros, Agnelli caiu no momento em que pediu ajuda dos demo-tucanos, principalmente o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que o defenderam no Senado, contra as investidas do ministro Guido Mantega (Fazenda).
A notícia do encontro de Mantega com Lázaro Brandão, dono do Bradesco, foi vazada para a mídia tucana com objetivo de desgastar o ministro. Para o Bradesco foi a gota d’água ver um executivo do grupo tentando queimar um ministro. O Bradesco tem muito negócios com o governo federal – o principal deles é o Banco Postal.
Pesou na escolha a habilidade de Martins para lidar com o governo e com situações de crise – foi ele que conseguiu pôr fim a uma das greves mais duras já enfrentadas pela Vale, feita por mineradores canadenses.
Martins deve enfrentar uma negociação delicada com o Congresso e com o governo nos próximos meses – há projetos de lei prevendo a taxação dos minérios exportados. Hoje há isentos de impostos. Sua missão será obter uma alíquota baixa.
Uma das evidências de que o economista já discute suas novas funções na Vale é que ele chegou no último sábado ao Rio de Janeiro, vindo do Canadá, numa viagem que não estava programada. Agnelli não voltará para o Bradesco. Já vai tarde.
A mudança na Vale e a chegada de Martins é um bom sinal. Espera-se que ele promova mudanças profundas na mineradora, principalmente na forma de negociar e tratar com fornecedores, trabalhadores e sociedade dos Estados atingidos.
(Fonte: Blog do Décio Sá)