O combate à pobreza é de todos

29-04-2012 10:28

 

Falar em pobreza no Maranhão é falar de sua história, da cultura do povo, da resistência e da luta incessante de muitos. Também é falar de um Maranhão extremamente rico em potencial, mas de poucos avanços na exploração dessa riqueza. De um estado em que a desigualdade é gritante entre os poucos que têm muito e os muitos que não têm nada. É um disparate que precisa ser enfrentado.

“As causas da pobreza”, diziam antigos professores de realidades sociais, eram duas: as voluntárias e as involuntárias. Porém, par aos estudiosos de sociologia, por exemplo, as causas da pobreza não podiam ser individuais, mas estruturais: a exploração do trabalho pelo capital e o poder das elites que parasitavam o trabalho alheio e saqueavam os recursos públicos. Estimulavam a alienação das pessoas, impedindo que elas tivessem consciência de seus próprios problemas e necessidades.

Nesse contexto, não é estranho o Maranhão, Piauí e Alagoas liderarem os piores indicadores de pobreza, de baixa escolaridade, de alta mortalidade infantil e analfabetismo, quase nenhuma industrialização e tímidos laboratórios produzindo ciências nas universidades. As três unidades federadas há anos vivem se revezando na “lanterna” dos avanços sociais. Portanto, são os estados mais ricos em pobreza extrema.

O que consola, embora tarde, é que nem tudo parece perdido no nosso estado. NO quadriênio em que empresas privadas, apoiadas pelo governo estadual e federal lançam projetos bilionários no Maranhão – algo que ultrapassa a soma de R$ 100 bilhões -, anunciam-se investimentos de R$ 500 milhões para combater a pobreza.O recém- nomeado secretário estadual de Desenvolvimento Social e Agricultura familiar, Fernando Fialho, está começando bem. Em palestra na Assembléia Legislativa, 5ª- feira última, ele mostrou que há dinheiro, planejamento e determinação no programa de combate À pobreza extrema no Maranhão, que terá a parceria do governo federal. Destacou Fialho que, embora o Maranhão tenha rebaixado em 12%, nos últimos 10 anos, o índice de pobreza extrema – superior aos 10% da região Nordeste no mesmo período -, mesmo assim, ainda existem 1,6 milhão de maranhenses nessas condições, nas áreas rurais e urbanas. O número absoluto, comparado com os pobres da Bahia, por exemplo, é bem inferior. Na terra berço do Brasil, os miseráveis somam 2,4 milhões, com o índice de 17% da população, segundo IBGE.

Em todo o Brasil, 16,2 milhões de brasileiros encontram-se na miséria, o equivalente a 8,5% da população do país. Quase 60% deles estão no Nordeste (cerca de 9,6 milhões). A maioria é preta ou parda e tem até 19 anos de idade. Esse será o público alvo do Plano Brasil sem Miséria, lançado pela presidente Dilma Rousseff, que pretende acabar com a extrema pobreza até 2014.

Uma meta ambiciosa, que terá de contar com a determinação e políticas sociais bem orientadas pelos estados, como está fazendo o Maranhão. É inconcebível que um estado tão rico como o nosso aceite conviver com índices de necessidades extremas tão avantajados. É o momento, portanto, de todos se unirem em prol da causa maranhense. Elevar a auto estima da população e lutar para que ela tenha as condições de vida digna, com moradia, saúde, educação e consciência política para escolher bem seus dirigentes. (Fonte: O Imparcial)

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