Para consultor, Brasil deve vender gás para países vizinhos no futuro

14-04-2011 15:20

 

RIO – O presidente da consultoria Gas Energy, Marco Tavares, acredita que o futuro do mercado brasileiro de gás natural passará por uma “internacionalização regionalizada”, com fornecimento do insumo para países vizinhos demandantes.

Tavares enxerga uma oferta do produto no Brasil entre 170 milhões e 180 milhões de metros cúbicos diários em 2020, contando com o gás da Bolívia e com a produção de novas empresas, além da Petrobras.

Segundo ele, caso nada mude a trajetória de crescimento da demanda nos próximos 10 anos, o Brasil terá uma capacidade de exportação de 40 milhões de metros cúbicos diários.

O consultor, porém, acredita que o mais provável é um crescimento da demanda por volta de 8% ao ano, o que significaria o fim dessa sobra para exportação. Por isso, Tavares não imagina que o Brasil se torne um grande exportador de Gás Natural Liquefeito (GNL) nos próximos anos, negociando apenas pontualmente eventuais sobras.

O mais provável seria o comércio com países vizinhos como Argentina e Peru. “A dinâmica do mercado vai ser outra. Autoprodutores e consumidores livres poderão trazer sinais diferentes para o atual mercado. Ainda não estamos maduros para discutir grandes exportações”, disse Tavares, que participou do Rio Gas Forum, no Rio de Janeiro.

Em sua palestra no mesmo evento, o gerente de comercialização de GNL da Petrobras, Márcio Demori, ressaltou que, no ano passado, a companhia importou 36 cargas de GNL, sendo 3 no primeiro trimestre e 33 na segunda metade do ano, em função da demanda sazonal por energia termelétrica.

Em sua apresentação, Demori fez a mesma observação que Tavares e acredita que, no futuro, a empresa poderá ter ativos de liquefação de GNL para monetizar suas reservas de gás através do mercado sul-americano. “Acreditamos que as empresas terão incentivos para fazê-lo e os governos deverão dar suporte à integração.”

Para Marcelo Esteves, representante da Shell para a área de GNL, é fundamental para o mercado brasileiro o crescimento da base não termelétrica para o desenvolvimento do gás natural no país. “Ninguém vai colocar US$ 8 bilhões a US$ 10 bilhões numa cadeia para esperar não chover”, disse.

(Fonte: Valor Online)

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