Para governo, críticos desconhecem projeto da Foxconn para o Brasil

15-04-2011 15:06

 

Os ministros do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, e da Ciência e Tecnologia, Aloyzio Mercadante, saíram ontem em defesa do projeto apresentado ao governo pela empresa taiwanesa Foxconn, com investimentos de US$ 12 bilhões no Brasil para um complexo industrial voltado à produção de telas de cristal líquido de última geração e montagem de aparelhos eletrônicos que usam esses componentes, como tablets, celulares e televisores de alta definição. O investimento da Foxconn pode levar um dos fornecedores de chips da empresa a se instalar no país, afirmou Mercadante.

O anúncio da Foxconn, feito durante a visita da presidente Dilma Rousseff à China, foi recebido com ceticismo no Brasil, onde empresários e analistas do setor consideraram exagerada a cifra. Entre as manifestações sobre o anúncio, houve até suspeitas de que poderia ser apenas uma maneira encontrada pelo presidente da companhia, Terry Gou, de obter mais incentivos do governo. "Com uma empresa líder no setor, com US$ 100 bilhões de faturamento anuais, suspeito que ele seja bem melhor em outras coisas, além de obter incentivos", ironizou o ministro Pimentel, ao rebater as críticas.

Mercadante, que encabeçou as negociações para atração do investimento da Foxconn, afirma que os críticos do projeto não conhecem a dimensão do plano que está sendo proposto por Gou, que já tem fábricas no país e tomou a decisão final após três meses de negociação com o governo federal e com o governo de São Paulo. A empresa e as autoridades ainda devem discutir os benefícios a serem obtidos para assegurar o investimento, que dependerá, também de obras de infra-estrutura e capacitação de pessoal, disse Mercadante.

"É uma empresa com exportações de US$ 86 bilhões, o maior provedor em serviços de 3G do mundo, fabricante de um em cada três computadores do mundo", listou Mercadante, exibindo um iPad com a apresentação levada pelo empresário ao governo.

Segundo o ministro, o projeto da Foxconn envolve o envio de mil engenheiros por um ano à China, para treinamento, e prevê a construção de uma "cidade inteligente", para cerca de 420 mil pessoas.

"Os US$ 12 bilhões são o projeto da cidade inteligente, com desdobramentos em projetos futuros", disse. "Entre 2011 e 2013 vão produzir o display IPS, LTPS, amoled, MVA", recitou. "A primeira fase é de fabricação de telas médias e pequenas para aparelhos celulares móveis; a segunda, de 2014 a 2016 é a geração para telas de tablets e televisão de alta definição", informou ele.

Para reduzir as críticas ao projeto, o secretário-executivo do ministério de Ciência e Tecnologia, Luiz Antônio Elias, entrou em contato na quarta-feira à noite com a Associação Brasileira da Indústria Eletroeletrônica (Abinee), para marcar, para a próxima semana, um encontro com a indústria. "Eles disseram que entendem as preocupações e querem nos explicar o que foi negociado na China", contou o presidente da Abinee, Humberto Barbato. (Fonte: Valor Online)

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