Petrobras investirá US$ 500 mi na Argentina

21-04-2012 11:47

 

Brasília - Quatro dias após o governo argentino anunciar a retomada do controle da petrolífera YPF, privatizada em 1999 com o capital da empresa espanhola Repsol, o ministro do Planejamento Federal, Investimento Público e Serviços da Argentina, Julio De Vido, afirmou, em visita ao Brasil, que seu país deseja que a Petrobras "aumente de 8% para 15%" a participação no mercado interno de petróleo e gás. O anuncio foi feito logo após audiência com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, e com a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster. Segundo Lobão, a estatal brasileira vem investindo nos últimos anos na Argentina cerca de US$ 500 milhões anuais, o mesmo valor projetado para 2012.

Lobão afirmou que o governo brasileiro e a Petrobras se comprometeram em realizar "esforços" para aumentar investimentos no setor energético do país vizinho. Lobão disse ainda que os US$ 500 milhões previstos pela Petrobras para este ano na Argentina são equivalentes aos investidos no país no ano passado. "Mas devido à nova situação" e ao "pedido expresso" da Argentina, disse, o Brasil fará "todos os esforços" para aumentar este valor. "O governo argentino nos pediu para que aumentemos os investimentos da Petrobras e faremos isso na medida do possível", acrescentou Lobão.

O ministro não falou em prazos para incrementar a presença da Petrobras na Argentina. Disse ainda que a capacidade de ampliação destes investimentos da Petrobras é "limitada" devido aos seus compromissos na exploração de novos poços de petróleo no Brasil.

A Petrobras é a primeira companhia estrangeira que o governo argentino procurou após o anúncio da encampação da YPF. Semana que vem, De Vido deve reunir-se com as companhias de capital norte-americano e chinês.

A demanda da Argentina é apresentada em momento que a Petrobras precisa aumentar gastos internos visando à exploração de petróleo na camada pré-sal na costa brasileira (previsão de US$ 224 bilhões), um ano após a estatal ter vendido ativos na Argentina (como postos de abastecimento e refinaria de petróleo) e menos de um mês depois da província de Neuquén ter cancelado contrato de exploração da companhia brasileira em um campo petrolífero.

Sem riscos - Apesar desse cancelamento recente, Lobão assegurou que não há riscos de a Petrobras sofrer qualquer tipo de intervenção na Argentina, como ocorreu com a petrolífera espanhola. "Nós confiamos nas relações com a Argentina, que são sólidas", avalizou.

Mais

Além da situação da participação da Petrobras no mercado argentino, Lobão e De Vido trataram dos projetos de construção conjunta das hidrelétricas binacionais Garabi e Panambi, no Rio Uruguai, em trecho de fronteira entre os dois países. Em dois meses, esse é o segundo encontro em que o ministro de Minas e Energia brasileiro trata com o governo argentino das hidrelétricas e dos investimentos da Petrobras. (Fonte: O Estado do Maranhão)

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