Plano de salvatagem de navio é apresentado à Marinha do Brasil

16-12-2011 10:02

Operação poderá ser iniciada nas próximas horas, com a chegada da balsa que fará a remoção de parte do combustível do graneleiro.

A empresa holandesa Smit, contratada pela STX Pan Ocean, proprietária (armadora) do navio Vale Beijing - fundeado na Baía de São Marcos por causa de rachaduras em um dos tanques de lastro -, apresentou à Capitania dos Portos do Maranhão o Plano de Salvatagem do navio, que deverá ser posto em prática nas próximas horas, com a chegada da balsa que fará a remoção de parte de do óleo do graneleiro. Também está previsto para esse fim de semana o recebimento de um equipamento submarino de scanner capaz de visualizar sob a água a avaria no graneleiro, o que deve ser determinante para a decisão sobre o tipo de reparo que poderá ser realizado no casco da embarcação. As informações são da Capitania dos Portos, que investiga e monitora o caso.

De acordo com o capitão de mar e guerra, Nelson Calmon Bahia, em nota oficial divulgada à imprensa, a retirada de 2.500 toneladas de óleo combustível do Vale Beijing pode ocorrer a partir de amanhã, com a chegada da balsa. A operação, considerada complexa, será realizada em etapas. Após estabilizar o navio por meio de rebocadores e com o lançamento constante de água de lastro no mar, a balsa será ancorada ao lado do graneleiro e os equipamentos serão acionados.

Com a garantia de segurança na operação, técnicos da Smit iniciarão o procedimento de retirada de parte do combustível (ao todo o navio carrega 7 mil toneladas do produto), com bombas de sucção. O óleo será removido por meio de tubos para a balsa, que dispõe de tanques apropriados para receber o combustível. O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) acompanhará o processo e teme por um possível vazamento de óleo no mar.

Guindaste - Entre segunda-feira e domingo, segundo a nota da Capitania dos Portos, deverá chegar a São Luís um guindaste que será utilizado no remanejamento de 25 mil toneladas de minério de ferro do porão 7 do navio, para os porões 3 e 5. Isso deve ocorrer para que posteriormente seja possível fazer os reparos nas rachaduras da embarcação, situadas justamente na direção do porão 7. Com o remanejamento, serão reduzidas as chances de o minério de ferro ser derramado no mar.

A nota da Capitania informa também que está previsto para hoje, a chegada de um equipamento submarino de scanner capaz de visualizar a avaria sob a água. "O que será determinante para posterior decisão do tipo de reparo a ser realizado", diz o documento.

Na semana passada, a sul-coreana STX levantou a possibilidade de fazer a remoção do navio para o Porto de Fortaleza, mas a situação adversa (rachaduras no lastro) fez com que a medida fosse repensada. Não está descartado, porém, que os reparos aconteçam no local onde a embarcação está fundeada, na Baía de São Marcos, ou seja removido para um estaleiro em Roterdam.

MPF pode entrar na Justiça para obter documentos

O Ministério Público Federal (MPF) poderá acionar a Justiça Federal para obter os documentos solicitados ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Capitania dos Portos do Maranhão e a mineradora Vale. As três instituições foram notificadas na segunda-feira para fornecerem informações sobre o navio Vale Beijing, que está fundeado na Baía de São Marcos, por causa de rachaduras no lastro. O prazo para o cumprimento à determinação encerra-se no dia 19 (segunda-feira).

Os documentos devem incluir informações sobre os procedimentos adotados por cada órgão, após a confirmação de avarias no navio, ao ser carregado de minério de ferro no Terminal Marítimo Ponta da Madeira (TMPM). Até o fechamento desta edição, o MPF não havia recebido os relatórios.

Na semana passada, o delegado do meio ambiente, Mauro Bordalo, fez uma inspeção preventiva no navio, mas como não constatou a prática de crimes contra o meio ambiente, descartou a abertura de um Inquérito Policial no momento. O Ministério Público Estadual também acompanha o caso, mas aguarda a conclusão do Inquérito Administrativo instaurado pela Marinha do Brasil, que encaminhará o caso para julgamento no Tribunal Marítimo. O objetivo é identificar os responsáveis pelas avarias no graneleiro.

Na última quarta-feira, empresas chinesas de navegação pediram ao governo da China que monitore mais atentamente o padrão de segurança da nova classe de navio construída pela Vale e avalie cuidadosamente se deve permitir que navios lancem âncora nos portos chineses, tendo em vista o que ocorreu com o Vale Beijing, em São Luís. Eles questionam o desenho, material, tecnologia e resistência dos graneleiros.

"Os navios podem causar facilmente problemas de segurança e poluição", disse a Associação de Armadores da China em um comunicado. “Isso mostra que o desenho do navio ainda não está maduro”, finaliza o texto do documento entregue pelas empresas.

Mais

Termina hoje o novo prazo dado pelo Ibama à STX Pan Ocean, sobre o parecer de quando será utilizado o sistema current busquer, que além de contemplar o isolamento móvel do navio, tem por objetivo fazer a remoção de óleo que pode ser lançado no mar com as intervenções. Após informar detalhes da operação, a empresa terá de fazer uma simulação em alto-mar, para mostrar as garantias de segurança na ação. (Fonte: O Estado do Maranhão)

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