Plano Decenal de Expansão de Energia prevê só Angra 3
BRASÍLIA - O Plano Decenal de Expansão de Energia 2020, publicado para consulta pública semana passada pelo Ministério de Minas e Energia, informa que antes de 2021 a única nova usina nuclear a entrar em funcionamento no país será Angra 3, já autorizada.
Ela deverá estar em operação em janeiro de 2016, aumentando a capacidade de geração do parque nuclear atual em 70%, de 2.007 megawatts (MW) para 3.412 MW. A potência é equivalente a da hidrelétrica de Jirau, em construção no rio Madeira. O período necessário para que as outras usinas saiam do papel e comecem a funcionar é de 10 anos, informa o plano, e a expansão do programa nuclear brasileiro ainda está em estudo.
"Estão em desenvolvimento estudos para seleção de sítios propícios à implantação de centrais nucleares nas regiões Sudeste/Centro-Oeste, Sul e Nordeste, com previsão de término no fim de 2010. Conclui-se, então, supondo que a definição dos sítios para localização dessas centrais ocorra em 2011, que a data provável mais cedo para início da operação seria 2021", diz o documento.
Semana passada, com a polêmica em torno do cancelamento da geração nuclear na Alemanha, anunciado para 2022, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse que o governo está reavaliando a expansão do programa nuclear brasileiro, que inicialmente ganharia quatro novas usinas - chegou-se a adiantar que duas delas seriam localizadas no Nordeste. Nos bastidores, porém, como demonstra o plano decenal, a tendência do governo é manter a ampliação da geração nuclear.
O Plano prevê ainda a necessidade de investimentos de R$ 190 bilhões na geração de energia elétrica entre 2011 a 2020. Serão investidos em novas usinas, ainda não contratadas ou autorizadas, R$ 100 bilhões, sendo 55% em hidrelétricas e 45% em fontes renováveis, tais como pequenas centrais hidrelétricas, biomassa e eólica. (Fonte: O Estado do Maranhão)