Plano de Logística Portuária do país será concluído até dezembro

26-08-2011 10:18

SANTOS - O ministro-chefe da Secretaria de Portos da Presidência da República (SEP-PR), José Leônidas Cristino, anunciou ontem que o Plano Nacional de Logística Portuária (PNLP) será concluído até o fim deste ano. "A partir de 2012 qualquer projeto ou iniciativa envolvendo os portos brasileiros terá que se basear neste documento", ressaltou Cristino, durante a cerimônia de abertura do Santos Export - Fórum Internacional para Expansão do Porto de Santos, realizado no Mendes Convention Center, em Santos (SP).

"Com esse plano, não é só o governo que vai poder planejar os portos para os próximos 30 anos, mas também a iniciativa privada, que passa a ter maior segurança e confiança", disse Cristino.

O trabalho enfoca, principalmente, 12 portos públicos considerados de importância estratégica nacional. São eles: o Complexo Portuário de São Luís (Itaqui, Ponta da Madeira e Terminal da Alumar); Santarém e Vila do Conde (PA), Mucuripe e Pecém (CE), Suape (PE), Salvador e Aratu (BA), Vitória (ES), Rio de Janeiro e Itaguaí (RJ), Santos (SP), Paranaguá e Itajaí (PR) e Rio Grande (RS).

No Maranhão, técnicos da UFSC e do Porto de Roterdã (Holanda) visitaram a região portuária e colheram informações do setor junto à diretoria da Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap), em fins de outubro do ano passado. A missão técnica previa a visitação aos portos de importância estratégica nacional e também alguns terminais privativos em todo o país.

Antecipação - Até a primeira quinzena deste mês, a SEP havia divulgado o prazo de conclusão do PNLP para março de 2012. Agora, o prazo é fins de 2011. O plano é uma iniciativa da Secretaria em parceria com entidades do setor aquaviário do país e o Laboratório de Transportes e Logística (LabTrans), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Representantes do setor aquaviário como a Federação Nacional das Empresas de Navegação Marítima, Fluvial, Lacustre e de Tráfego Portuário (Fenavega) e a Federação Nacional das Agências de Navegação Marítima (Fenamar), por exemplo, ligados à Confederação Nacional do Transporte (CNT), também participaram das discussões nas primeiras etapas e querem continuar contribuindo com o projeto.

Destaques - Em âmbito nacional, foram listados itens de seis áreas: gestão, operações, meio ambiente, logística, capacidade portuária e economia. Sobre o primeiro tema, os especialistas afirmaram, por exemplo, que há excesso de burocracia e falta de harmonia na nacionalização das cargas importadas e inspeção das embarcações. Falta, ainda, um sistema de planejamento e gestão - com metas e indicadores de desempenho - às autoridades portuárias, cuja renovação do quadro de pessoal é necessária.

Sob o ponto de vista operacional, o relatório mostra que os portos brasileiros precisam de instalações para operações rápidas e seguras com navios de cruzeiro. Segundo o LabTrans, as cargas não deveriam ser tratadas como importadas durante o processo de cabotagem, ou seja, com processos alfandegários complexos e morosos. Em meio ambiente, as dificuldades decorrem da falta de estrutura técnica e organizacional para a gestão nessa área.

Como os portos públicos apresentam dificuldades de acesso terrestre, a infraestrutura das rodovias e ferrovias é o que chama atenção no quesito logística. O diagnóstico sugere melhorias no estado de conservação das estradas - principal meio de transporte das cargas brasileiras - e indica que elas operam no limite de suas capacidades. Já as ferrovias têm pouca participação em virtude da falta de terminais especializados.

Em economia, o laboratório ressalta que as autoridades portuárias precisam desenvolver ações em longo prazo. Outro alerta é que a proximidade de terminais a grandes centros urbanos reduz a possibilidade de expansão porque os espaços vizinhos são ocupados por comércios ou residências. Sobre a capacidade portuária, o levantamento informa que a idade média dos berços dos portos é de 50 anos - estruturas antigas que não suportam o peso dos modernos equipamentos de manuseio de carga, mais uma necessidade de investimento.

Finalidade - O PNLP, segundo a SEP, visa à concretização da retomada do processo de planejamento dos portos brasileiros de forma sistêmica e integrada. O plano envolve ações voltadas à expansão e adequação da capacidade portuária nacional, à clara definição das atribuições e dos papéis institucionais dos entes envolvidos nas atividades portuárias e à melhoria da eficiência da gestão dos portos nacionais. Agora, falta a fase 3, para definição das políticas e estratégias, que deverá estar concluída em setembro deste ano, e a fase 4, para apresentação dos planos diretores estratégicos de 12 portos públicos, considerados de importância estratégica nacional.

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De acordo com informações da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), há 36 portos públicos e 126 terminais privativos no Brasil, o que inclui o Complexo Portuário de São Luís (CPSL), composto pelo porto público organizado do Itaqui e pelos terminais de uso privativo (TUP) da Alumar e Ponta da Madeira (Vale). O CPSL também faz parte dos estudos que visam aprimorar o PNLP. (Fonte: O Estado do Maranhão)

 

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