Produção maranhense de mamona aumenta, graças ao programa de biodiesel

01-11-2011 11:34

Safra estadual da oleaginosa hoje chega a 222 toneladas e é a quinta maior da Região Nordeste, que detém 95,6% da produção nacional, segundo o Etene

O Maranhão, ainda que seja em proporção menor do que outros estados nordestinos, elevou sua produção de mamona e hoje é o quinto maior produtor da oleaginosa na região. O aumento ocorreu após a implementação do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB). De acordo com informe do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), a produção maranhense hoje chega a 222 toneladas.

Segundo dados do Censo 2006, o Nordeste concentra 95,6% dos estabelecimentos produtores de mamona no Brasil, de um total de 23,7 mil. A região produz 58.853 toneladas das 61.835 toneladas que são colhidas no país. A Bahia é o maior produtor, respondendo por 50.677 toneladas.

O informe do Etene revela que no Maranhão existem 96 estabelecimentos produtores de mamona. Das 222 toneladas produzidas numa área colhida de 176 hectares, 210 toneladas foram comercializadas, resultando num valor de produção de R$ 244 mil.

“Comparativamente ao Censo de 1996, houve um crescimento da produção nacional de 297%, passando de 15,5 para 61,8 mil toneladas. No Nordeste, a Bahia cresceu em 383% e observa-se, ainda, o início da produção no Maranhão, que não produzia em 1996 e passou a produzir 222 toneladas. Apenas Sergipe permaneceu com produção incipiente no período entre os Censos”, diz o informe.

Zoneamento Agrícola realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) indica 34 municípios maranhenses como aptos ao cultivo da oleaginosa e ainda as épocas de plantio mais apropriadas, tendo como base riscos climáticos e tipos de solo.

Dados do 11º Levantamento da Safra de Grãos divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revelam que os preços nominais médios, até agosto deste ano, pagos aos produtores ficaram em torno de R$ 90,7 a saca de 60kg da mamona in natura. O mesmo levantamento apontou um crescimento de 31,9% da produção, 23,7% da área cultivada e 6,9% de produtividade média.

O custo total, em 2009, ficou em torno de R$ 1.177,00 por hectare, para uma produção de 850 kg/ha, enquanto em propriedade com maior produtividade (1.500 kg/ha), o custo total gira em torno de R$ 1.385,00. O valor da receita por hectare produzido também varia muito, a depender da escala. Em propriedades com produtividade de 850 kg/ha, a receita média é de R$ 774,00, já com a produtividade de 1.500 kg/ha, a receita é compatível com o custo: R$ 1.365,00 por hectare. Os resultados negativos entre receita e custo são reflexos do alto preço dos fertilizantes e corretivos que chegam a representar 25% dos custos.

Saiba mais

A mamona (Ricinus communis L.) é uma alternativa de cultivo para a região do semi-árido nordestino, por ser de fácil condução, ter boa resistência à seca, além de proporcionar ocupação e renda.

Seu cultivo comercial ocorre, praticamente, nos estados da Região Nordeste, que é responsável por 94% da área plantada com a cultura no país e por 87% da produção nacional de bagas.

O principal produto da mamona é o óleo, também chamado óleo de rícino ou castor oil . É uma importante matéria prima para a indústria química, sendo utilizado na composição de produtos como tintas, vernizes, cosméticos, lubrificantes, plásticos etc.

A produção de biodiesel do óleo de mamona criou um novo mercado para o produto capaz de absorver grande parte da produção de países que utilizarão a matéria prima, como o Brasil.

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