Produção da Alumar caiu este ano
Associação Brasileira de Alumínio calcula que o Consórcio de Alumínio do Maranhão produziu 14,5 mil toneladas a menos de janeiro a maio deste ano.
De janeiro a maio deste ano, o Consórcio de Alumínio do Maranhão (Alumar) produziu 173,1 mil toneladas de alumínio. O volume, segundo dados da Associação Brasileira de Alumínio (Abal), é 14,5 mil toneladas menor em comparação a igual período do ano passado, quando a fábrica produziu 187,6 mil toneladas.
Essa redução na produção de alumínio reflete o atual momento de retração do mercado internacional em relação à demanda e preço do produto. E também tem efeito sobre o consumo de energia elétrica na fábrica, principal insumo e que responde por cerca de 40% dos custos de produção da Alumar.
O recuo na energia elétrica na Alumar pelo terceiro mês consecutivo refletiu na desaceleração do consumo industrial maranhense, de acordo com a Empresa de Pesquisa
Energética (EPE).
Mas essa não é uma realidade somente da planta maranhense. A fábrica da Albras, no estado do Pará, também registrou redução no consumo de energia, assim como o setor químico na Bahia e Rio Grande do Norte.
Redução - A Alumar esclareceu que a redução no consumo de energia de sua planta, em São Luís, está relacionada aos ajustes que vêm sendo implementados nas linhas de produção, visando garantir a competitividade do negócio.
Estes ajustes englobam melhorias para otimizar a operação das linhas com maior eficiência energética, bem como a redução de um volume pequeno de cubas.
Ajustes na produção são normais, diz Alumar
A Alumar informou que os ajustes na produção são procedimentos comumente adotados pela indústria do alumínio e tão logo as condições de mercado - notadamente o custo de energia elétrica e os preços do alumínio no mercado - estiverem competitivas, a operação retomará seu volume de produção habitual.
Hoje, o alto custo da energia elétrica é um dos maiores gargalos à competitividade das fábricas de alumínio. O problema é tão preocupante, que a Alcoa chegou a ameaçar paralisar suas atividades no Brasil, onde possui duas fábricas - uma em São Luís e outra e Poços de Caldas (MG).
A Alcoa afirma que há grande disparidade no preço da energia no Brasil em relação a outros países. A Alumar estaria pagando US$ 150,00 por MWh de
energia elétrica, enquanto a média mundial é US$ 80,00. Em países do Oriente Médio, onde há grandes reservas de gás natural, o preço da energia não passa de US$ 40,00 o MWh.
Hoje, para produzir uma tonelada de alumínio, a Alumar tem um custo de US$ 2,3 mil. O preço do produto no mercado internacional está em torno de US$ 2 mil. A diferença de US$ 300,00 acaba sendo absorvida pela empresa, ou seja, pelos investidores.
Números
350 MW É o total da energia gerada em quatro hidrelétricas próprias da Alcoa, ou 50% do que consome
2024 É até quando vale o contrato da Alcoa com a Eletronorte por uso da energia da hidrelétrica de Tucuruí
(Fonte: O Estado do Maranhão)