Produtores rurais se reúnem para discutir agronegócio em Imperatriz

06-12-2011 10:14

Imperatriz - Cerca de 450 produtores rurais de 11 municípios da Região Tocantina, atendidos pela Unidade de Negócios do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em Imperatriz, estiveram presente no 3º Seminário de Agronegócios, realizado na quinta-feira (1º), no auditório da Faculdade Atenas Maranhense (Fama).

O evento discutiu a melhoria da qualidade leiteira maranhense e a horticultura, proporcionando aos produtores troca de conhecimentos e experiências por meio de palestras e mesas técnicas.

Realizado pelo Sebrae e pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais da Região (Sinrual), além de parceiros institucionais, o evento contou com a presença do secretário de Estado da Agricultura, Pecuária e Pesca, Cláudio Azevedo, que também preside o Conselho Deliberativo do Sebrae (CDE) e do vice-prefeito de Porto Franco, Aderson Marinho Filho.

Também participaram do evento secretários municipais de Agricultura e demais autoridades dos municípios tocantinos; gerentes de bancos oficiais (Banco do Nordeste, Banco da Amazônia e Caixa Econômica Federal); técnicos da Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural do Maranhão (Agerp) local e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Cocais e Amazônia Oriental).

“Pelo terceiro ano consecutivo, realizamos o seminário, que tem o objetivo maior de atualizar os nossos produtores com novas tecnologias e inovações no campo da pecuária leiteira e da hortifruticultura”, destacou Márcia Maria Ferreira, gestora do Sebrae para os Projetos de Leite e Derivados e Mercado Agroecológico de Frutas e Hortaliças na Região Tocantina.

Para Karlo Marques, presidente do Sinrural, a capacitação é fundamental para a melhoria do manejo produtivo. “Como iremos ter maior qualidade se a gente desconhece as técnicas? Como a gente vai melhorar se não soubermos que as coisas já avançaram, que já existem melhores resultados com a utilização de determinadas tecnologias e outras descobertas realizadas por quem estuda o campo? Além de recursos para implantar tecnologias, a capacitação é uma necessidade do pequeno produtor”, apontou.

Pecuária leiteira – Cláudio Azevedo ressaltou a importância da pecuária leiteira na economia do estado. “O Maranhão produz 365 milhões de litros de leite/ano, o que corresponde a 1 milhão de litros/dia. Desse montante, 68% da produção está concentrada nas regiões Tocantina e Pré-Amazônica. Se incluirmos a produção do Médio-Mearim, o percentual sobe para 87%”, informou.

O secretário destacou ainda que o Sebrae desenvolve projetos na área de leite e derivados em 32 municípios maranhenses, abarcando 23 empreendimentos formais e 540 informais.

“Temos um amplo trabalho com os produtores rurais, tanto na secretaria quanto no Sebrae. São eventos dessa natureza, onde o setor produtivo está reunido, que nos ajudam a planejar e decidir ações que venham ao encontro das problemáticas do setor. O desafio é grande, mas juntos podemos fazer muito mais”, enfatizou Cláudio Azevedo.

Ao destacar as peculiaridades da Região Tocantina quanto à bacia leiteira, o secretário justificou a realização, em Imperatriz, no período de 24 a 26 de outubro de 2012, do X Encontro Nordestino de Leite e Derivados (Enel).

“Um encontro de suma importância para o setor, para a melhoria da qualidade da bacia leiteira nordestina, região onde o Maranhão detém o segundo maior rebanho, com 7,5 milhões de cabeças de gado”, afirmou.

Para o coordenador de Agronegócios do Sebrae Nacional, José Altamiro da Silva, o evento será um divisor de águas na busca da qualidade do leite no Nordeste.

“Será um momento de reflexão e aprendizado, no qual os produtores poderão conhecer novas máquinas e equipamentos, obter informações privilegiadas, renovar o conhecimento. Queremos criar um ambiente de negócio favorável e que beneficie e fortaleça a cadeia produtiva regional”, sublinhou o coordenador.

O foco estratégico da 10ª edição do Enel, evento criado pelo Sebrae Rio Grande do Norte e disseminado para demais Sebrae no Nordeste, será balizado em difusão de inovação e tecnologia, geração de negócios e fomento da cultura da cooperação.

Lavoura, pecuária e floresta

Um dos pontos mais interessantes do 3º Seminário de Agronegócios da Região Tocantina, foco da atenção dos produtores participantes, foram as palestras proferidas por Paulo Fernandes, da equipe de pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Amazônia Oriental).

Paulo Fernandes levou ao evento uma proposta viável e eficaz de tecnologia para a melhoria de pastagens degradadas: a integração lavoura-pecuária-floresta (iLPF), que tem sido disseminada pelo Governo Federal desde 2010, por meio do Programa de Agricultura de Baixo Carbono (ABC), que incentiva produtores a praticarem cada vez mais uma agricultura sustentável, garantindo a segurança alimentar do país sem agredir o meio ambiente.

Estratégia - A iLPF é uma estratégia de produção que integra atividades agrícolas, pecuárias e florestais, realizadas na mesma área, em cultivo consorciado, em sucessão ou rotacionado. As vantagens do sistema englobam o melhor desempenho dos animais, a produtividade maior da lavoura, a consequente vantagem econômica para o produtor e, além disso, uma agropecuária de menor emissão de gases de efeito estufa.

Segundo o pesquisador da Embrapa, a iLPF traz diversas vantagens agronômicas, como a redução dos defensivos agrícolas, controle de plantas invasoras e a melhoria da qualidade física, química e biológica do solo, além da maior eficiência no uso de fertilizantes.

Números

450 produtores rurais da Região Tocantina discutem produção leiteira.

365 milhões de litros de leite/ano são produzidos no Maranhão.

68% do total de litros de leite está concentrado nas regiões Tocantina e Pré-Amazônica. (Fonte: O Estado do Maranhão)

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