Projetos devem gerar 200 mil novas vagas

16-12-2010 17:32

Mais de R$ 100 bilhões, entre investimentos públicos e privados, vão desembarcar no Maranhão nos próximos anos. Os aportes devem puxar a geração de mais de 200 mil empregos até 2016. Enquanto o oeste do Estado reforça um complexo minerometalúrgico, a região de Balsas, no sul, investe no agronegócio. Em torno da capital, o destaque é a movimentação de indústrias de petróleo e alumínio. Há também novos projetos nos setores de celulose, logística, energia e turismo. "Já está em fase final de construção a hidrelétrica de Estreito, com capacidade de geração de 1.087 MW", diz Maurício Macedo, secretário estadual da Indústria e Comércio do Maranhão.

Em Bacabeira, a cerca de 60 quilômetros de São Luís, a Petrobras iniciou as obras de uma refinaria premium, considerada a maior da América Latina. A unidade é avaliada em US$ 20 bilhões e será capaz de processar 600 mil barris por dia.

A hidrelétrica de Estreito, com recursos de US$ 3,6 bilhões, é considerada o principal investimento energético do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal. A primeira das oito turbinas está sendo instalada e a produção de energia começa em fevereiro de 2011.

No ano passado, a Secretaria de Indústria reformulou políticas de incentivo para atrair investidores e criou, em parceria com a pasta da Fazenda, o ProMaranhão, um programa de vantagens que duram até 20 anos, como a isenção do ICMS.

Um dos benefícios da iniciativa é estimular a interiorização dos recursos, com eliminação de impostos para empresas que se instalam em municípios com IDH inferior ao índice médio do Estado, que chega a 0,683, um dos mais baixos do Brasil.

Os distritos industriais implantados pelo governo também ajudam a acelerar a produção de bens. Três polos industriais já estão funcionando - em São Luís, Imperatriz e Porto Franco - dois seguem em fase de construção, em Grajaú e Balsas, e mais cinco unidades estão em estudo.

No município de Imperatriz, a 628 quilômetros da capital maranhense, a Suzano Papel e Celulose investe mais de US$ 2 bilhões em uma nova fábrica. A unidade vai produzir 1,4 milhão de tonelada de celulose de eucalipto ao ano. "A nova planta industrial deve começar a operar em 2013", afirma Luis Eduardo Baroni, diretor do projeto de expansão da Suzano no Nordeste. "Durante o pico da obra, serão gerados cerca de sete mil empregos diretos e, na etapa de operação, surgirão mais 18,5 mil postos de trabalho."

A empresa estudou cerca de 20 locais para a instalação de empreendimento e optou pelo Maranhão, segundo Baroni, por conta de condições mais adequadas de infraestrutura logística e da disponibilidade de terras. "A Suzano investiu 20 anos em pesquisas e desenvolvimento de material genético na região para o plantio de eucalipto."

Em Açailândia, cidade vizinha à Imperatriz, a Indústria Brasileira de Gases (IBG) instala uma fábrica orçada em US$ 11 milhões, com início das operações previsto para 2011. "A unidade será utilizada pela aciaria Gusa do Nordeste", afirma Newton de Oliveira, presidente da IBG, que também opera em Pernambuco. A Gusa do Nordeste deve operar a partir do primeiro semestre de 2011, com uma produção de 600 mil toneladas de tarugos de aço ao ano.

Em Balsas, na região do cerrado sul maranhense, a Notaro Alimentos também implanta um complexo industrial avícola para fabricar ração e beneficiar soja para a produção de óleo e farelo. Já a Brascopper investe na construção de uma fábrica de vergalhões, fios e cabos de alumínio em São Luís.

Na área de turismo, o governo estadual quer estimular as empresas a aderirem ao Cadastro Nacional de Prestadores de Serviços Turísticos (Cadastur). O sistema oferece acesso a financiamentos do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, além de participação em programas de qualificação, feiras e eventos. Há cerca de 70 locais de hospedagem em São Luís, que somam 3,7 mil unidades habitacionais e 7,5 mil leitos - somente 33 hotéis têm cadastro regular. Em 2010, entraram em operação três novos empreendimentos hoteleiros, com 536 quartos. (J.S.)

(Valor Econômico; Primeiro Caderno; Especial- pág. 08)

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