Região Tocantina em debate
O futuro da Região Tocantina depende da harmonização dos empreendimentos que ali já existem, dos que estão sendo implantados e dos que estão a caminho com o meio ambiente e o desenvolvimento social. Proposto e organizado pelo deputado federal Francisco Escórcio (PMDB), o debate será realizado hoje na Câmara Municipal e deve reunir políticos, empresários e representantes da sociedade organizada.
Independente de qualquer dado ou informação e do que for discutido e definido como resultado, a reunião de hoje tem um mérito muito maior: a de reconhecer que a Região Tocantina é uma fatia do Maranhão que deve ser olhada cada vez mais com atenção e que precisa do empenho da classe política para continuar se firmando como polo de desenvolvimento econômico da macrorregião em que está situada. E por isso deve interessar a quem de fato se preocupa com o agora e o porvir desse importante pedaço do Maranhão.
Dada a sua localização – faz fronteira com a pré-Amazônia, e com o Tocantins, por exemplo -, a Região Tocantina não é um espaço territorial qualquer. Ali estão o ponto inicial da Ferrovia Norte-Sul, a porta de entrada para o Centro-Oeste, o ponto de entrada de ferro de Carajás no Maranhão, um grande polo pecuário e coreiro, um comércio atacadista regional intenso, um polo siderúrgico de base, entre outros pilares de um processo de desenvolvimento econômico como poucos. Basta lembrar que no momento Imperatriz abriga um dos mais importantes empreendimentos de toda a região: o complexo de produção de celulose da Suzano.
Não bastasse isso, a Região Tocantina abriga a segunda maior cidade do Maranhão, Imperatriz, outra das mais ricas, Açailândia, e, consciente da sua importância geopolítica e econômica, esforça-se para se emancipar e se tornar um novo estado brasileiro. Suas credenciais para ver consumada tal aspiração são bem mais sólida e convincentes do que, por exemplo, as duas regiões que no momento caminham para se tornar independentes do vizinho Pará. São condições que tornam especial aquela parte do Maranhão, o que justifica plenamente a preocupação de discutir o seu futuro, qualquer que seja o ângulo a ser enfocado.
Alvo das atenções do Governo do Estado e dos políticos que ali militam, a Região Tocantina carece, é verdade, de uma política global de desenvolvimento planejada, que leve em conta as suas principais características sociais, econômicas e geopolíticas. Que o debate seja produtivo. (Fonte: O Estado do Maranhão)