Resgate do Vale Beijing está em curso
Navio foi levado para alto-mar e teve o combustível retirado; carga remanejada entre os porões estabilizou o cargueiro.
De acordo com o site PortosMA, a operação de resgate do Vale Beijing, em andamento, envolveu primeiramente a segurança operacional do Terminal Portuário Ponta da Madeira (TPPM) e, em seguida, as ações necessárias para se evitar um acidente ambiental, caso o cargueiro naufragasse, por isso a Capitania dos Portos ordenou, de prontidão, a retirada de quase 7 mil toneladas de óleo combustível do cargueiro, além de levá-lo para uma área de fundeio localizada a 60 km da costa de São Luís.
Nesse sentido, a primeira providência das partes envolvidas, diz o site, caso da Vale, sociedade classificadora (DNV) e armador (STX), foi a imediata remoção do navio do Pier I, garantindo que outros navios pudessem atracar e manter o fluxo de exportação da mineradora e, também, principalmente, levar para mais longe possível do berço um problema de mais de 360 m de comprimento e 61 m de largura. "Para a Vale, o fantasma do navio cargueiro Trade Daring partido ao meio no seu principal píer, no dia 11 de novembro de 1994, nunca fora esquecido. Daí a pressa em não permitir que o mesmo ocorresse com o Vale Beijing" (sic).
Desde o acidente com o Trade Daring, passou a ser obrigatório em todo o mundo, por técnicos da Marinha dos respectivos países, a inspeção de navios com mais de 18 anos de uso. De acordo com o site ludovicense, para o Vale Beijing, em sua viagem inaugural, essas regras eram desnecessárias. "Por ser novo em todos os parâmetros, a hipótese mais aceitável pelos especialistas [fontes do site] sobre a causa do acidente é de um erro no projeto" (sic).
No caso, questões estruturais como casco e planos de carga teriam sido descartadas e, no que concerne à Marinha, foi verificado se a embarcação estava dotada dos equipamentos de segurança e salvatagem e de pessoal devidamente habilitado para efetuar as longas viagens com segurança, informa o site.
Fundeio - A situação atual do navio Vale Beijing é de estabilidade. O óleo combustível foi retirado e a carga do porão 7 está sendo redistribuída para outros porões. O casco está aberto abaixo do nível de lastro remanescente dentro do tanque e as condições de visibilidade da água no local não permitem saber a extensão das rachaduras.
Mergulhadores foram trazidos para São Luís, contratados pelas entidades responsáveis pelo navio, para avaliar os danos, mas nada foi divulgado ainda oficialmente.
Segundo o PortosMA, nas condições atuais, qualquer tentativa de rebocar o Vale Beijing seria "suicídio" (sic) para a embarcação que não resistiria à força das ondas em mar aberto, uma justificativa a mais para a retirada do óleo e da redistribuição da carga nos porões, a fim de estabilizar a embarcação.
Depois de concluída essa fase, será colocada em prática a etapa seguinte para salvar o Beijing. Com o navio estabilizado, alguns reforços estruturais serão feitos, ainda na área de fundeio, com especial atenção nas áreas avariadas de modo a assegurar a resistência estrutural do casco para a viagem até o próximo porto.
A logística prevista para essa última parte já está definida: São Luís/Roterdã (numa viagem prevista inicialmente de 21 dias) para retirada total da carga. Depois, Turquia (numa viagem aproximada de 10 dias) onde, finalmente, o navio será docado no estaleiro que vai consertá-lo de forma definitiva. Sem combustível e impossibilitado de usar seus potentes e gigantescos motores, a longa viagem será feita sob forma de rebocamento, sendo usado para a faina (tarefa, no jargão marítimo) dois potentes rebocadores da classe alto-mar. (Fonte: O Estado do Maranhão)