Sarney Filho faz apelo para adiar votação do Código

03-05-2011 09:15

 

BRASÍLIA - O líder do Partido Verde, deputado Sarney Filho (MA), fez ontem um novo apelo no Plenário da Câmara para que as mudanças no Código Florestal não sejam votadas nesta semana. "É importante que façamos uma reflexão, que não sejamos levados por essa emoção que querem fazer crer que exista. Não há ninguém ameaçado de ser posto para fora de sua terra; não há ninguém sendo ameaçado de pagar multa; não há ninguém sendo ameaçado, principalmente o pequeno produtor, da agricultura familiar. Para este já existe solução no Código atual", justificou o deputado, que é também coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista.

"Eu não digo que o relatório foi feito às escondidas, porque se comenta que membros do Governo, representantes da CNA e segmentos ruralistas participaram das discussões. Nós, do Congresso Nacional, não sabemos. Eu entreguei, formalmente, uma proposta de acordo ao deputado Aldo Rebelo e aos ruralistas, para que nos respondessem com tempo suficiente, mas até agora não recebemos nenhuma resposta formal", observou o deputado.

O deputado afirmou que durante todo o processo de debate da proposta que prevê mudanças na lei o PV propôs-se ao diálogo. "Nós nos reunimos com membros da sociedade civil organizada, realizamos seminários e reuniões, elaboramos uma proposta por escrito e a entregamos à Frente Parlamentar da Agricultura e ao Aldo Rebelo. Nunca nos negamos ao diálogo; nunca fomos a favor da dicotomia entre homem do campo e ambientalistas, produtores e ambientalistas. Essa bobagem não se sustenta mais", criticou Sarney Filho.

Sarney Filho elogiou o artigo da ex-senadora Marina Silva publicado ontem na imprensa no qual a candidata do PV às eleições presidenciais de 2010 critica a posição dos ruralistas na discussão das mudanças na lei.

O líder voltou a defender que hoje, a ciência e os produtores conhecem a importância da floresta, das águas, da natureza, da qualidade do ar, da terra e da água para fazer a polinização e impedir a ocorrência de pragas. Sarney Filho acredita que como está o relatório de Aldo Rebelo não será possível votar agora a proposta. "O que está em jogo é muito importante. Não é possível amanhã, em cima da hora, votarmos um relatório que ninguém viu ou do qual poucos têm conhecimento", protestou.

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Sarney Filho criticou o argumento dos ruralistas de que a pressa se deve ao decreto que exige a averbação das reservas legais dos proprietários rurais até junho. Ele disse que decreto já foi prorrogado por duas vezes e pode ser adiadiado mais uma vez. “Isso é um pretexto para se estabelecer uma data limite, um pretexto desnecessário. O que precisamos fazer é uma lei para o Brasil, e não uma lei para a agricultura, e não uma lei para o meio ambiente”, disse. (Fonte: O Estado do Maranhão)

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