Sistema poderá revolucionar energia solar

13-11-2011 15:36

Projeto está sendo implantado na região semiárida da Paraíba e promete mudar a geração de energia renovável no país.

RIO – O sertão pode não virar mar, mas vai transformar o forte sol que castiga a Região Nordeste em energia elétrica. A Rio Alto Energia, que trabalha com fontes renováveis, vai construir uma usina solar no município de Coremas, no semiárido da Paraíba. A usina, que terá 50 megawatts (MW) de capacidade, suficientes para abastecer uma cidade com 850 mil habitantes,além de ser a maior do país, segunda a empresa, utilizará uma tecnologia inédita no Brasil. O sistema promete revolucionar o setor,ao reduzir drasticamente os custos, tornando a energia solar competitiva. A usina Termosolar Coremas exigirá investimentos de R$ 350 milhões.

Um dos três sócios fundadores da Rio Alto, Sergio Reinas, disse que o projeto vai suar uma tecnologia chamada Concentrated Solar Power (CSP), ou seja, energia solar concentrada. Esta é bem diferente dos tradicionais painéis coletores fotovoltaicos, usados principalmente para aquecimento da água e geração de energia elétrica em fazendas, casas e clubes.

Reinas explicou que a tecnologia consiste em coletores parabólicos, semelhante às antenas parabólicas de televisão. Esses coletores captam a radiação solar, que é convertida em calor usado em uma usina termelétrica convencional para geração de energia. Esse sistema se assemelha ao de uma usina nuclear, onde o calor gerado pela fissão nuclear é transformado em energia nas instalações convencionais de uma usina térmica.

“Assim como está ocorrendo o boom da geração eólica, com o redução de custos, essa tecnologia tornará viável a geração de energia solar, que, pela tecnologia de painéis fotovoltaicos, é inviável economicamente”, garantiu Reinas.

Tecnologia – Ele afirmou que, com essa tecnologia, utilizada principalmente nos Estados Unidos e na Espanha, será possível gerar energia solar a um custo médio de R$ 150 o megawatt/hora (MWh). Isso representa uma redução da ordem de 66% em relação aos custos nas usinas solares com painéis fotovoltaicos, que são da ordem de R$ 450,00 o MWh.

Com esse custo, segundo Reinas, a energia solar começará a ser competitiva no país, atraindo novos projetos e fabricantes de equipamentos, assim como está acontecendo com a energia eólica. Atualmente, o custo de energia térmica a gás e de eólica está na faixa de R$ 100,00 o MWh, e o das hidrelétricas está um pouco abaixo. Projetos de energia eólica atingiram esse patamar no último leilão da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), realizado no mês passado.

O Executivo destacou que a usina com essa tecnologia de coletores parabólicos tem um custo de tarifa bem menor, porque os painéis fotovoltaicos usam o silício, que é um material caro.

“A geração com os painéis só é viável para casos pontuais, tanto para a geração de energia como para o aquecimento da água. Para geração de energia em maiores volumes, a CSP é que se torna viável economicamente”, ressaltou Reinas. (Fonte: Estado do Maranhão)

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