Supergraneleiro Vale Brasil é fotografado no litoral de Omã
O navio Vale Brasil foi fotografado durante a realização de testes no litoral de Omã, país localizado na porção oriental da Península Arábica. Trata-se do primeiro de uma série de 12 supergraneleiros encomendados pela mineradora Vale a estaleiros asiáticos. Alguns setores da imprensa especulam sobre uma nova frota de 20 embarcações desse tipo, envolvendo empresas da China e da Coréia do Sul. A embarcação tem 400 mil toneladas de porte bruto (TPB), maior do que o Berge Stahl, até então tido como o maior graneleiro do mundo, com 365 mil TPB. A imagem do Vale Brasil foi publicada na internet ontem pelo Blog Mercante, especializado no setor naval.
De acordo com o autor da postagem eletrônica, Erik Azevedo, da equipe do Blog Mercante, a foto do Vale Brasil lhe foi enviada por um parente que trabalha num projeto de construção de um porto da Vale em Omã. Segundo Azevedo, o navio foi concluído no início deste mês e deve chegar no Terminal Portuário Ponta da Madeira (TPPM), em São Luís, na segunda quinzena de maio deste ano. A Vale, oficialmente, ainda não divulgou nenhuma informação sobre o navio em referência.
Frota - Em setembro do ano passado, a Vale divulgou ter assinado contrato de financiamento com bancos asiáticos para construir 12 supergraneleiros de 400 mil TPB no estaleiro chinês Rongsheng Shipbuilding and Heavy Industries. Os bancos The Export-Import Bank of China e o Bank of China Limited, neste caso, abriram uma linha de crédito de US$ 1,229 bilhão.
Na ocasião, jornais eletrônicos especializados no setor informaram que a Vale teria firmado com estaleiros da Coréia do Sul outra encomenda de mais oito supergraneleiros. Segundo o Blog Mercante, o Vale Brasil possivelmente foi construído em estaleiros coreanos.
Oficialmente, a Vale mencionou apenas o acordo com as empresas chinesas. Segundo a mineradora, os bancos abriram uma linha de crédito equivalente a 80% do montante necessário para a construção dos navios, e que o prazo total para o pagamento era de 13 anos. O cronograma de construção dos navios seria de três anos.
Portos - Os navios da classe Valemax devem realizar operações nos portos de Tubarão, no Espírito Santo, e Ponta da Madeira, no Maranhão. Em 11 de agosto de 2010, o Centro de Centro de Simulação Aquaviária (CSA) do Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante (Sindmar), no Rio de Janeiro (RJ), informou que era responsável pelo processo de certificação desses portos para receber os Valemax. Neste caso, o CSA efetuou a capacitação de equipes técnicas dos dois terminais portuários para trabalharem com os novos parâmetros de operação dos supergraneleiros.
Ainda em relação à infra-estrutura portuária, os navios da classe Valemax, com um calado de 23 m, não terão dificuldade para atracar em Ponta da Madeira, onde está em processo de construção um novo atracadouro (Píer IV) que terá profundidade mínima de 25 m na maré baixa. Já o Porto de Tubarão deverá passar por processo de dragagem para atingir a profundidade de 25 m (atualmente é 23 m). Para se ter idéia do que isso representa, cabe lembrar que o Porto de Santos, maior da América Latina, tem calado de 12 metros, devendo chegar a 17 metros com as obras do Programa Nacional de Dragagens (PND), do Governo Federal.
(Fonte: O Estado do Maranhão, Ed. 17.759, Portos – pág. 08)