Tegram escoará soja vinda do MT
A produção de soja mato-grossense tem mais uma opção para escoar a safra. A Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap) anunciou investimento de R$ 262 milhões na construção de quatro silos ao lado do Porto de Itaqui, que serão o Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram). Na próxima terça-feira, haverá a abertura dos envelopes com as empresas interessadas na construção do empreendimento. A capacidade estática do terminal é de 500 mil toneladas e, segundo o presidente da empresa, Luiz Carlos Fossati, o objetivo é alavancar de 3% para 20% a participação do porto na exportação nacional.
Para o presidente da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja), Glauber Silveira, o porto traz novas perspectivas de escoamento da safra principalmente para as regiões leste e Nordeste. "Para a região de Sorriso não compensa levar a produção até São Luís, no Maranhão. Acho que a tendência desta região continua sendo o porto de Santarém, no Pará. Mas o leste e Nordeste, que hoje são as regiões que mais prometem aumentar a produção de grãos, devem ser beneficiadas com o Porto do Itaqui, desde que tenha estrutura para transportar a produção até lá", destacou.
Por outro lado, Silveira afirma que, se as rodovias federais 242 e 163 e a ferrovia fossem concluídas em breve, o Porto de Itaqui seria uma alternativa para os produtores do Norte e Médio Norte. A logística estruturada poderia reduzir em até US$ 30 dólar a tonelada transportada, que hoje custa em média de US$ 120.
Mas a economia mesmo deve ser maior para o leste e Nordeste, onde, segundo Silveira, pode chegar a US$ 40 por tonelada. "Essa redução nos gastos com o frete só será possível com a evolução da logística. Hoje, a cada três sacas de soja, uma vai para pagar gastos com o transporte. Então, de nada adianta construir portos mais próximos de Mato Grosso, se não temos estradas para poder chegar até o porto", concluiu.
Tegram - Na última quarta-feira, O Estado informou com exclusividade que cerca de 100 empresas nacionais e internacionais se interessaram pelo processo de licitação para a construção do Tegram, no Porto do Itaqui. Na próxima terça-feira, será realizada a abertura dos envelopes das companhias interessadas no empreendimento, processo que integra o cronograma previsto em edital publicado em agosto, logo após aprovação definitiva do projeto pelo Tribunal de Contas da União (TCU). A expectativa da Emap é de que as obras sejam iniciadas em 2012.
O Tegram, idealizado em 2004, terá capacidade para movimentar 5 milhões de toneladas de grãos ao ano após concluída a primeira etapa do empreendimento. A expectativa é de que depois dessa fase a movimentação alcance 10 milhões de toneladas por ano. O agronegócio responde hoje por 23,5% da movimentação total do Porto do Itaqui.
O investimento na primeira fase de implantação soma R$ 262 milhões, para quatro armazéns com capacidade estática de 125 mil toneladas cada (base soja). As empresas vencedoras, uma por lote, poderão explorar o negócio por 25 anos, renováveis por mais 25, e serão responsáveis pela operacionalização do projeto, incluindo o sistema de recepção e expedição da carga. Se tudo correr dentro do cronograma, esta primeira fase deverá entrar em operação no final de 2013.
A construção do Tegram é necessária para que o porto maranhense eleve sua capacidade de embarque de grãos, hoje realizada por uma estrutura mantida pela Vale, no Ponta da Madeira, e com capacidade limitada a cerca de 2 milhões de toneladas por ano. O empreendimento é considerado por representantes do agronegócio do Centro-Oeste do país como fundamental para baratear o custo de transporte dos grãos dessa região para os mercados externos. Atualmente, cerca de 80% da soja exportada pelo Brasil sai pelos portos de Paranaguá e Santos.
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O Complexo Portuário de São Luís, que além do Porto do Itaqui inclui os portos da Alumar e de Ponta da Madeira, da Vale - movimentou no ano 11,87% a mais, saltando de 84,2 milhões para 94,2 milhões de toneladas. O número de navios saltou de 1.105 para 1.217 no mesmo período, um acréscimo de 10,14%. (Fonte: O Estado do Maranhão)