Torre do CLA passa por testes para lançar o VLS-1 em 2013

13-07-2012 08:32

A nova Torre Móvel de Integração ( TIM) foi apresentada ontem, no Centro de Lançamento de Alcântara.

Alcântara - O Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) apresentou, na manhã de ontem, a nova Torre Móvel de Integração (TMI), estrutura que permitirá o envio do Veículo Lançador de Satélite ao espaço a partir do segundo semestre de 2013. A torre passou por testes funcionais em diversos dos seus subsistemas, com a integração de um protótipo do VLS-1 inerte (sem combustível), com tamanho e peso real. A atividade foi a parte final da Operação Salina, que começou a ser realizada no CLA em junho.

Ontem, técnicos operacionais do centro realizaram testes de diversos subsistemas da torre, como a elevação de carga (pontes rolantes), abertura das portas, elevação das plataformas, movimentação de carga da mesa de lançamento, assim como de todos os meios de solo do centro associados ao transporte e à integração mecânica de um protótipo VLS-1. Os testes objetivam ainda manter a operacionalidade do centro de lançamento por meio da retomada das atividades operacionais de preparação e integração do veículo em sua plataforma de lançamento.

Segundo o tenente-coronel César Demétrio Santos, diretor do CLA, a etapa de finalização da Operação Salina foi realizada com sucesso. “O nosso objetivo era treinar nossas equipes operacionais envolvidas em campanhas de lançamentos de veículos espaciais e testar o sistema elétrico da nova torre. Agora, com a integração mecânica de um mock-up [estrutural inerte do VLS-1 com peso e tamanho reais na nova TMI], podemos testar todas as etapas do processo e antecipar resultados”, afirmou. Como o CLA está localizado em uma região com muita salinidade, os sistemas precisam ser testados para verificar se nada foi danificado, por isso a importância de operações como a Salina.

As estruturas do protótipo do VLS-1 começaram a ser transportadas para o CLA no dia 20 de junho deste ano, como parte das atividades da Operação Salina. O veículo foi montado na TMI e trata-se de uma estrutura real, mas sem combustível ou satélite a bordo, para a realização de ensaios e simulações para verificação da integração física e lógica da torre e dos meios de solo do CLA associados à preparação para voo do foguete.

2013 - De acordo com o tenente-coronel César Demétrio Santos, o lançamento do VLS-1 deverá acontecer no segundo semestre de 2013. Até lá, novos testes serão realizados, para a certificação da segurança da nova estrutura e dos sistemas operacionais, sobretudo a parte elétrica. O lançamento dependerá também da liberação de recursos pelo Governo Federal. Até agora, R$ 50 milhões já foram investidos no Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE). “Esse programa tem como objetivo dotar o Brasil de centros de lançamentos, veículos espaciais e satélites totalmente desenvolvidos no país”, explicou o diretor do CLA.

No dia 22 de agosto de 2003, o VLS-1 explodiu por volta das 13h30 na base de Alcântara, três dias antes do seu lançamento, matando 21 pessoas. Desde então, o centro se prepara para voltar a realizar a atividade, fazendo testes com Foguete de Treinamento Básico (FTB). Durante o acidente ocorrido há quase 9 anos, a Torre Móvel de Integração (TMI), que possibilita o lançamento de Veículos Lançador de Satélites, foi completamente destruída e outra teve que ser edificada no local.

A torre apresentada e testada ontem tem tecnologia superior à que foi destruída durante a explosão ocorrida no ano de 2003, o que aumenta a segurança das operações de lançamento. “Até hoje não sabemos o que causou aquela ignição intempestiva. A torre que explodiu tinha uma tecnologia de 30 anos. Esta tem sistemas mais atualizados. Além disso, aumentamos os protocolos de segurança em toda a área”, informou o tenente-coronel César Demétrio Santos.

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O VLS

É um veículo satelitizador, de pequeno porte, com capacidade de colocar satélites de 200kg de massa numa órbita circular equatorial de 750 quilômetros de altitude, quando lançado a partir de Alcântara. Outro fator importante da Operação Salina é o treinamento das equipes que estarão envolvidas com o lançamento do VLS-1.

O CLA

Criado pelo Decreto Nº 88.136 e ativado no dia 1º de março, o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) foi à alternativa para a expansão do Programa Espacial Brasileiro devido à impossibilidade de ampliação do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), em razão do processo de expansão urbana de Natal (RN). Além disso, para a escolha pela cidade de Alcântara, levou em consideração sua proximidade com a linha do equador (2 graus e 18 minutos de latitude sul) que auxilia o impulso dos lançadores e favorece a economia do combustível utilizado nos foguetes. (Fonte: O Estado do Maranhão)

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