Vale inaugura estação flutuante de transferência de minério

02-03-2012 08:37

Navio Ore Fabrica, de 280 mil toneladas de porte bruto, foi transformado em porto marítimo.

RIO - A Vale começou a operar o navio Ore Fabrica, uma estação flutuante de transferência de minério, na Baía de Subic, nas Filipinas, no início de fevereiro deste ano. De acordo com o informativo da empresa, a estação viabiliza o transbordo total ou parcial dos navios Valemax para navios menores, aumentando a eficiência operacional e permitindo reduzir o tempo de entrega para os seus clientes.

Os Valemax, também chamados Very Large Ore Carrier (VLOC), são cargueiros construídos para o transporte de minério de ferro, com 400 mil toneladas de porte bruto (TPB) e 390 mil toneladas de capacidade de carga, 23 metros (m) de calado (distância da linha d'água até o fundo do navio), média de 360 m de comprimento e 66 m de largura, dimensões que fazem desta classe de embarcações as maiores do mundo.

Já estão em atividade cinco Valemax, de um total de 35 unidades que vão operar na logística da Vale, levando minério de ferro extraído das minas de Carajás (PA) e embarcado nos portos de Tubarão (ES) e Ponta da Madeira (MA). A estratégia da Vale, inicialmente, era diminuir os custos do transporte do produto até os mercados asiáticos, para fazer frente aos fornecedores da Oceania.

Entretanto, a Vale enfrenta uma restrição nos portos da China a navios com capacidade de carga acima de 300 mil toneladas. A empresa está negociando uma solução para a entrada dos Valemax nos terminais chineses. Enquanto isso, a estação flutuante nas Filipinas apresenta-se como uma estratégia para alcançar esse mercado.

Voltando ao informativo da Vale, a sua estratégia de distribuição, em relação à estação nas Filipinas, é a seguinte: cerca de 85% da distância entre o Brasil e a Ásia será percorrida pelos navios de maior porte (entre eles, os Valemax) e de menor custo até os centros de distribuição e a estação de transferência. O restante da distância é percorrido por navios menores, que podem acessar portos menores com total segurança operacional.

Ainda segundo a Vale, uma outra vantagem da estação flutuante é que ela está fundeada na Baía de Subic, nas Filipinas, uma área naturalmente protegida contra swells oceânicos (conjunto de sequência de ondulações) e ventos, possui um calado profundo e está a poucos dias de distância de nossos clientes asiáticos. Os investimentos da Vale na implementação da estação somaram US$ 52 milhões.

Estação - A estação flutuante de transferência de minério é o navio Ore Fabrica, entregue em fins de janeiro deste ano à Vale pelo estaleiro Jiangsu Xinrong, da China. A embarcação, de 280 mil TPB, foi transformada numa plataforma flutuante de troca de carga, o que permitirá transferir em pleno mar minério de ferro para outros navios sem necessidade de chegar a um porto. O custo total da obra foi calculado em US$ 15 milhões, de acordo com o jornal South China Morning Post.

A adaptação foi executada pelos estaleiros de Jiangsu Xinrong, na província de Jiangsu, ao norte de Xangai (China), que fazem parte da Corporação Estatal de Construção Naval da China, a maior produtora do país. O Ore Fabrica pertence à empresa Seamar Shipping, filial da companhia brasileira. Nas Filipinas, o Ore Fabrica se juntará a outros dois grandes navios de grandes proporções da mineradora, o Vale China, de 400.606 TPB, e o Vale Brasil de 402.347 TPB.

Malásia - Outra estratégia que a Vale deve adotar em breve, além de operar o navio Ore Fabrica com porto flutuante, é construir um terminal portuário na Malásia. Na segunda quinzena de janeiro deste ano, saiu a notícia de que Vale pretende construir megacentros de distribuição de minério de ferro no exterior e que a maior aposta é um complexo que inclui terminal portuário e pátio de estocagem situado na Malásia, cujo investimento seria de US$ 1,4 bilhão.

Na Malásia, a Vale poderá manter, a partir de 2014, até 30 milhões de toneladas de minério de ferro - cerca de 10% de sua produção anual. Com esse estoque estratégico, a Vale atenderá mais rapidamente os clientes chineses. A partir dos terminais brasileiros, um navio da Vale leva 45 dias para chegar à China, enquanto suas concorrentes australianas BHP e Rio Tinto não demoram mais do que 12 dias. Sozinho, o país asiático absorve 45% das vendas da Vale e poderá ser atendido em menos de 10 dias a partir da Malásia.

A empresa já instalou outro centro de distribuição em Omã para atender África, Oriente Médio e Índia. Investiu US$ 300 milhões. No local, já havia um porto adaptado às necessidades da Vale - por isso, a alocação de recursos foi menor do que na Malásia.

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O navio Ore Fabrica, outrora chamado Front Duchess, foi registrado originalmente com bandeira de Singapura e agora da Libéria, de acordo com o site Marine Traffic. O cargueiro, construído em 1993, tem 322 m de comprimento e 56 m de largura, com 284.480 toneladas de porte bruto (TPB) e 21,4 m de calado máximo - medida que vai da linha d'água até o fundo do navio. Ainda não foram divulgadas as adaptações realizadas em estaleiro para transformar o cargueiro em terminal flutuante de troca de carga. (Fonte: O Estado do Maranhão)

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