Opinião: Vale Beijing de volta aos mares

09-08-2012 07:58

O megacargueiro Vale Beijing está de volta à costa maranhense. Há oito meses, durante a sua primeira operação de carga, realizada em Ponta da Madeira, em São Luís, o navio sofreu rachaduras. A operação foi abortada e a embarcação retirada do porto para não comprometer a movimentação de cargas na região. O navio esteve na iminência de naufragar, mas uma megaoperação evitou o pior e, de lá para cá, o gigante dos mares passou por uma longa jornada de restauração.

O Vale Beijing é um dos 35 navios que integrarão a nova frota da mineradora Vale, na briga pelo mercado de minério de ferro na Ásia. São os maiores cargueiros do mundo, com capacidade de carga de 390 mil toneladas. Atualmente, só o Terminal de Ponta da Madeira, em São Luís, tem estrutura capaz de carregá-los completamente. Vários Valemax, como são chamados os navios desse porte, já atracaram no terminal e concluíram a operação de carga perfeitamente, como o Vale Brasil, o primeiro da frota, que iniciou as atividades em maio de 2011.

No caso do Vale Beijing, várias hipóteses foram levantadas a respeito do acidente. Uma série de rachaduras se abriu nos tanques de lastro, na popa do navio, durante o embarque de minério, causando-lhe instabilidade estrutural. Entre as suposições, falou-se em erro no procedimento de carga e também falha no projeto. Até o momento, as autoridades marítimas não divulgaram o resultado dos laudos técnicos sobre as causas do acidente.

As medidas tomadas para salvar o cargueiro e o terminal portuário foram eficientes. O navio foi rebocado do terminal e levado para alto-mar, fundeado a 60 quilômetros da costa, onde foram realizados reparos emergenciais. A retirada do porto foi estratégica, pois um eventual naufrágio paralisaria as operações no cais por vários meses.

Ainda em águas maranhenses, inspetores da Marinha, técnicos e engenheiros da empresa que construiu o Vale Beijing, a STX Pan Ocean, da Coreia do Sul, providenciaram a retirada do combustível para evitar um eventual desastre ambiental. A carga, 260 mil toneladas que haviam sido embarcadas até o momento do acidente, na ocasião avaliada em US$ 50 milhões, foi redistribuída entre os porões para estabilizar a embarcação e propiciar condições de navegabilidade.

Sanadas as deficiências de ocasião, o Vale Beijing pôde seguir viagem, deixando em São Luís apenas a história de um acidente que poderia ter prejudicado, além dos embarques de minério da Vale para o exterior, parte das receitas que as operações portuárias deixam no estado. Mas a tecnologia que constrói cargueiros gigantescos também pode salvá-los de riscos e situações críticas como a do mega-cargueiro. E foram o uso da tecnologia e muito trabalho humano que, somados, evitaram o pior.

O Vale Beijing foi descarregado em Omã, na Península Arábica, e levado em seguida para o estaleiro que o construiu, na Coreia do Sul, onde foi consertado. E agora está de volta a São Luís para ganhar novamente os mares, levando o minério brasileiro para o mundo. 

(Fonte: O Estado do Maranhão)

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