Vale pode vender a sua frota de supergraneleiros Valemax

09-09-2011 14:43

SÃO PAULO - A Vale está negociando com armadores chineses a venda ou arrendamento de sua frota de navios da classe Valemax, também denominados Chinamax, os maiores cargueiros do mundo, com 400 mil toneladas de porte bruto (TPB). São 19 embarcações que a mineradora havia encomendado a estaleiros da Ásia desde 2008 e que, até o momento, apenas um foi entregue, o Vale Brasil, que entrou em operação no primeiro semestre deste ano.

A mudança dos planos foi divulgada nesta semana, primeiramente pela agência de notícias Reuters e rapidamente repercutida em vários sítios eletrônicos nacionais especializados no setor de economia. De acordo com o informativo, para fechar um acordo com os armadores chineses, a Vale quer a garantia de que os Valemax serão usados exclusivamente para o transporte de minério do Brasil para a China, rota dominada pela mineradora, que utiliza os terminais de Ponta da Madeira (Maranhão) e Tubarão (Espírito Santo) para realizar os embarques.

A informação da mudança de planos da mineradora partiu do diretor global de marketing, Pedro Gutemberg. Segundo o executivo, a maior produtora de minério de ferro do mundo não deseja se transformar em uma operadora de navios, nem ganhar dinheiro com isso.

O objetivo da Vale, segundo Gutemberg, é garantir que o frete cobrado da mineradora esteja sob controle. A Vale planejava construir 19 supercargueiros para o transporte de minério para a China.

Polêmica - A construção dos supercargueiros foi decidida em durante a gestão de Roger Agnelli, e colocou a Vale em rota de colisão com o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lula chegou a censurar, publicamente, a decisão da Vale. Em resposta, Agnelli afirmou que os estaleiros brasileiros não tinham condições de construí-los. O embate alimentou a fritura de Agnelli, que deixou a presidência da Vale em maio deste ano, sendo substituído por Murilo Ferreira.

O projeto original previa a construção de 35 supercargueiros de 360 metros de comprimento e capacidade para transportar 400 mil toneladas. Destes, 19 embarcações foram diretamente encomendadas pela Vale a estaleiros da Coreia do Sul e da China. O restante foi encomendado por empresas de logística que se comprometeram a transportar o minério da Vale por, pelo menos, 25 anos.

O custo dos navios foi avaliado, na época, em US$ 4 bilhões. Segundo o noticiário, uma das empresas interessadas em comprar ou arrendar os supernavios é a estatal chinesa Cosco (China Ocean Shipping Company), que já mantém uma frota de navios transportando carga entre o Brasil e seu país-natal.

Histórico - A Vale já chegou a operar, por meio da Navegação Vale do Rio Doce (Docenave), sua subsidiária de navegação, a terceira maior frota mundial de graneleiros. Há dez anos, em 2001, ano em que Roger Agnelli assumiu a presidência da mineradora, a Docenave foi vendida, como outros ativos não considerados o negócio principal, como participações em empresas de celulose, siderurgia, fertilizantes e florestas.

Em junho de 2001, a Vale informou ao mercado já ter vendido 14 dos 17 navios de sua frota, pelo valor total de US$ 134,7 milhões. Em setembro, concluiu a venda do restante da frota. Fundada em 1962, a Docenave chegou a operar com carga geral, o que não impediu que fechasse no vermelho no fim da década de 1990.

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O Vale Brasil é um dos sete navios encomendados por US$ 748 milhões ao estaleiro Daewoo Shipbuilding & Marine Engineering Co, da Coreia do Sul. A Vale também possui encomenda de 12 navios ao estaleiro Rongsheng Shipbuilding and Heavy Industries, na China, num investimento de US$ 1,6 bilhão. O supergraneleiro tem 365m de comprimento, 65m de largura e 400 mil toneladas de porte bruto (TPB), com capacidade de carga de 390 mil toneladas de minério. (Fonte: O Estado do Maranhão)

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