Vendas para o Dia dos Pais devem ser menores este ano
Estudo realizado pelo Instituto Fecomércio de Pesquisa indica uma retração de 13,1% nas intenções de consumo para o Dia dos Pais em relação ao ano passado. O endividamento elevado do consumidor é apontado pela Federação do Comércio do Maranhão (Fecomércio) como causa dessa queda nas vendas para o período.
"O Dia dos Pais é uma das cinco principais datas comemorativas que incentivam o consumo e, por isso, está entre uma das mais esperadas pelos empresários do comércio. Apesar de um cenário econômico bastante tímido influenciado pelo nível de endividamento, podemos afirmar que o apelo afetivo da data ainda conseguirá manter um consumo satisfatório, principalmente para o segmento de vestuário", destaca o presidente em exercício da Fecomérico, Marcelino Ramos Araújo.
Justificando a redução na intenção de consumo, neste mês 74,2% das famílias de São Luís apresentam algum tipo de dívida. Em valores absolutos, isso significa que a capital maranhense possui 218,8 mil consumidores endividados, segundo levantamento realizado pela Fecomércio, em parceria com a Confederação Nacional do Comércio (CNC).
O estudo da Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) mostra, ainda, que mais de 81,5 mil clientes de São Luís disseram estar endividados com contas em atraso, representando 27,6% das famílias. Outros 26,9 mil afirmaram não ter condições de pagar a dívida no próximo mês, o que representa 9,1% das famílias ludovicenses.
"Esses números nos mostram que é o momento do consumidor parar e buscar utilizar o crédito com mais consciência, pois não adianta apenas o impulso momentâneo no comércio se aquele consumidor não tiver condições de quitar seus débitos. Esse fenômeno causa um efeito em cascata que compromete o consumo de forma ainda mais crítica a médio e longo prazo", avalia Marcelino Ramos Araújo.
Segundo a Peic, o cartão de crédito é o principal tipo de dívida dos ludovicenses. Pois 79,9% assumiram ter débitos com cartões, e maioria é de clientes que ganham até 10 salários mínimos. Em seguida, aparecem os carnês (10,2%). Crédito pessoal (7%) também está entre as três principais dívidas.
Esse cenário reflete diretamente nas vendas do Dia dos Pais. Na pesquisa de intenção de consumo para a data, 70,8% dos consumidores afirmaram que deverão realizar o pagamento das suas compras para a comemoração à vista, com dinheiro ou cartão de débito, como uma alternativa de fugir do endividamento.
65% dos pesquisados pretendem comemorar
De acordo com o Instituto Fecomércio de Pesquisa, dois em cada três consumidores (65%) pretendem comemorar de alguma forma o Dia dos Pais. Quanto aos consumidores que manifestam a intenção de comprar presentes, a pesquisa registrou 60,4%, ou seja, três em cada cinco entrevistados.
A pesquisa indica que os homens (69%) e os jovens de até 20 anos (78%) são os públicos mais motivados a comemorar a data. No entanto, a intenção de comprar presentes foi mais recorrente entre as mulheres (61,5%), assim como os jovens (77,8%).
O levantamento revela também que as peças de vestuário (44,4%) e sapatos/carteira (20,4%) deverão ser os produtos mais procurados para presentear nesse período. Também aparecem com bastante relevância na lista de presentes os celulares (12,9%) e relógios (12,9%). Artigos de perfumaria, que ocupavam a terceira posição no ano passado, na pesquisa deste ano alcançaram apenas a sexta colocação, com 7,1% das indicações dos consumidores entrevistados.
Apesar da queda na intenção de consumo em relação a 2011, o valor dos presentes este ano subiu 26%, passando da média de R$ 150,00 no ano passado para R$ 198,40. Os consumidores mais velhos (R$ 218,10), com nível de escolaridade superior (R$ 243,20) e faixa de renda acima de cinco salários mínimos (R$ 265,50) são os públicos mais propensos aos gastos no presente do pai. Na análise por gênero, este ano os homens (média de R$ 210,50) deverão gastar mais do que as mulheres (R$ 184,00), contrariando a tradição de que as mulheres são mais consumistas.
"O aumento dos gastos é diretamente associado ao crescimento da renda da população e a melhoria do nível do emprego no país, que elevou o poder de compra dos cidadãos. Mas, mais uma vez, queremos chamar a atenção dos consumidores para o planejamento orçamentário, pois é preciso levar em conta o comprometimento da renda com o financiamento imobiliário e as dívidas já contraídas com o cartão de crédito, para não comprometermos o cenário do final de ano", finaliza Marcelino Araújo. (Fonte: O Estado do Maranhão)