Votorantim Metais investirá R$ 1 bi, mas mantém projeto na gaveta

13-04-2011 11:01

 

A Votorantim Metais, empresa do grupo Votorantim, anunciou investimento de quase R$ 1 bilhão – 90% deles no Brasil – em projetos nas áreas de zinco, alumínio e níquel para 2011, em razão da demanda de alguns segmentos da economia brasileira e da recuperação parcial dos preços de alguns metais não ferrosos. Mas o grupo, que é controlado pela família Ermírio de Moraes, mantém projetos paralisados desde a grande crise da década, que eclodiu no fim de 2008.

Um dos principais é o investimento na produção de ferro-níquel, no município de Niquelândia, no norte de Goiás. O grupo já investiu R$ 480 milhões na mina e na compra de equipamentos, mas faltam ainda R$ 400 milhões para concluir o projeto. O grupo pode retomar o projeto em 2012, a depender do cenário para o mercado mundial de níquel.

 “Os negócios são globais e olhamos o mercado global e sua demanda e a oferta”, disse o diretor-superintendente da Votorantim Metais, João Bosco Silva, em entrevista a jornalistas, em São Paulo. “Acrescentar mais um (projeto) cria mais uma expectativa para o mercado, que afeta os preços”, disse, referindo-se às novas fábricas das mineradoras Vale e Anglo American.

Os preços do níquel chegaram a ser cotados a US$ 54 mil por tonelada em 2007, mas são negociados hoje a pouco mais do que US$ 25 mil por tonelada. No início dos anos 2000, o preço era de US$ 4 mil por toneladas.

No pacote de investimentos para 2011, a Votorantim vai aplicar R$ 430 milhões na exploração e produção de zinco, R$ 401 milhões no setor de alumínio e outros R$ 151 milhões nos projetos de níquel. O investimento, que totalizará R$ 982 milhões para 2011, é superior aos R$ 889 milhões aplicados em novos projetos em 2010. O grupo utilizará recursos próprios e empréstimo do BNDES. Deste total, cerca de R$ 100 milhões vão ser destinados à Milpo, empresa do grupo no Peru.

A Votorantim Metais é uma das principais empresas do grupo Votorantim, com faturamento de R$ 7,5 bilhões em 2010, respondendo por 26% da receita líquida do grupo, que foi de R$ 29,5 bilhões.

Risco político no Peru

O grupo Votorantim é um dos maiores investidores estrangeiros no Peru, onde já aplicou US$ 1,5 bilhão em projetos de exploração mineral, uma atividade de grande importância no país.

Diante do risco político de mudança de governo, uma vez que os dois candidatos que disputarão o segundo turno das eleições presidenciais, Ollanta Humala (de esquerda nacionalista) e Keiko Fujimori (de direita) serem de oposição, Bosco Silva disse confiar no histórico de manutenção das regras locais.

“Certamente as propostas discutidas durantes as eleições nem sempre se materializam. Não acredito que haja mudança de regra. Estamos felizes com os ativos que temos lá.”

 (Fonte: iG)

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